Universidade da Melhor Idade promove inclusão e desenvolvimento intelectual para idosos
6/12/2013 - 18h38
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[caption id="attachment_6893" align="alignleft" width="300"] Estatuto do idoso e anotações da socióloga. Foto: Carla Scarpellini / Edição Alline Gois[/caption]
A expectativa de vida da população idosa aumentou nas últimas décadas e com o objetivo de atender parcela da sociedade, a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) criou o projeto de extensão Programa Universidade da Melhor Idade (UMI), que oferece atendimentos pedagógicos, psicológicos, nutricionais, fisioterápicos, entre outros.
A UMI foi inaugurado em 1998, na época atendiam 30 idosos. Atualmente são atendidas mais de 200 pessoas, que permanecem em média dois anos no projeto. O programa objetiva proporcionar uma melhor qualidade de vida para quem tem mais de 50 anos e integrá-los à sociedade.
[caption id="attachment_6451" align="alignright" width="199"] Dona Marilza mostra alguns dos trabalhos realizados na UMI. Foto: Carla Scarpellini[/caption]
A socióloga Marilza Mendonça Bacciotti, 69 anos, pinta quadros, costura, realiza trabalhos manuais e atualmente é uma das alunas da UMI. Ela fala que as pessoas que estão inclusas neste espaço de aprendizagem, mesmo na terceira idade, tornam-se jovens novamente, pois o programa é um espaço de descoberta.
O programa é aberto para idosos de todas as classes sociais e com níveis educacionais diversos, “alguns são analfabetos, outros não concluíram os estudos. Muitos não conheciam o estatuto do idoso, que estudamos por completo na UMI, não sabiam dos seus direitos e descobriram muitas coisas ali”, comentou Marilza.
Para ela, o diferencial da UMI, em relação aos outros programas voltados para a terceira idade, é a atenção dada ao aprendizado e desenvolvimento intelectual dos idosos, “o idoso ativo de fato é aquele que conhece e consegue lutar pelos seus direitos, por políticas públicas voltadas para ele".
Ela reforça que muita coisa precisa mudar, pois apesar desta parte da população ter crescido nos últimos anos, ainda é insatisfatório o comportamento geral da população e dos governos em relação a eles. "É uma questão de educação e conscientização. Nesta parte é importante que o idoso conheça os seus direitos e tenha coragem de cobrar. Só assim será possível uma mudança de comportamento social que respeite e valorize o idoso, isto precisa ocorrer com a população e os prestadores de serviços públicos e privados. Na minha opinião o que existe ainda é um despreparo geral para atender melhor a terceira idade”.
Como determina o Art. 3º da Lei nº 10.741, sancionada em outubro de 2003: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.
No Brasil há 21 milhões de idosos, pessoas com 60 anos ou mais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados no Censo Demográfico 2010. A expectativa de vida também aumentou, de acordo com o IBGE, em 2050 deve chegar a 81,29 anos. Outra mudança é o perfil dos idosos, que atualmente vivem mais, possuem melhor qualidade de vida e tornaram-se mais ativos.
Reportagem: Alline Gois e Carla Scarpellini