OPINIÃO

Cabeça vazia é oficina do Bolsonaro

Ayanne Gladstone e Débora Oliveira 8/06/2019 - 16h08
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A balbúrdia do governo de Jair Bolsonaro ganhou a revolta das universidades quando Abraham Weintraub, Ministro da Educação, reduziu o orçamento das instituições federais e bloqueou bolsas de pesquisa. A redução da verba culminou na paralisação das universidades no dia 15 de maio. Estudantes e professores foram às ruas exigir a preservação do ensino superior público, visto que determinadas instituições públicas serão capazes de se manter só até o final do primeiro semestre de 2019.

Na mira do chamado “contingenciamento”, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) obteve o segundo maior corte do país, que reduziu cerca de 30 milhões de seu orçamento anual. Sob as falácias incoerentes de Bolsonaro, cerca de 400 acadêmicos da UFMS e IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) realizaram aulas públicas e apresentações na Praça Ary Coelho, no centro de Campo Grande, com o intuito de retirar dos muros das universidades os projetos científicos e educacionais e levá-los às ruas. 

As exposições dos acadêmicos de Direito, Jornalismo, Física, Medicina, Biologia, entre outros, foram feitas para populares, professores e ex-professores de ensino superior. Solidários com a causa, 120 estudantes da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) participaram do ato de legítima resistência contra as falhas de um governo intelectualmente deficiente.

As manifestações ocorriam no Brasil e Bolsonaro passeava em Dallas (EUA) para receber uma pretensa homenagem da Câmara de Comércio Brasil-EUA, onde declarou à imprensa internacional que “os estudantes são idiotas úteis e massa de manobra de uma minoria espertalhona das universidades federais, que não sabem quanto é 7x8 e tão menos a fórmula da água”. A afirmação alimentou a revolta dos estudantes que agora exercem seu limitado direito de expressão para tentar manter os projetos de pesquisa, de extensão, empreendedorismo e inovação, além dos sistemas básicos como água, energia e segurança das instituições, que também serão afetados pelo corte. Enquanto Bolsonaro tenta calcular o valor de 7x8, nós, “idiotas úteis”, calculamos o preço que se paga pela educação do Brasil.

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