POLÍTICA

Servidores públicos se mobilizam em ato Público contra PEC 32/20 em Campo Grande

O protesto aconteceu em frente a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) na manhã da última quarta-feira (18)

Glória Maria Pinho, Maria Fernanda Martins, Maria Luiza Barbosa e Beatriz Brites18/08/2021 - 22h58
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Servidores Públicos se reuniram em manifestação contra a Proposta da Emenda Constitucional (PEC) nº 32/2020 em Campo Grande (MS) na manhã da última quarta-feira (18). A mobilização ocorreu de forma pacífica e teve como objetivo demonstrar a insatisfação dos trabalhadores à proposta de reforma que restringe a estabilidade. Os participantes apresentaram os problemas gerados pela privatização do setor público, prevista na PEC, entre eles estão a precarização da qualidade e o aumento no preço de alguns serviços prestados à população.

A PEC nº 32/2020 apresentada pelo Governo Federal tramita desde setembro de 2020, foi aprovada no dia 25 de maio de 2021 pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e agora passa pela análise da Comissão Especial, comissão temporária criada para analisar e votar proposta de emenda à Constituição.  A proposta reestrutura a logística de cargos públicos e modifica a organização da administração pública dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Outras mudanças previstas são a redução da jornada de trabalho sem a redução de remuneração; alteração na estabilidade, possibilidade de desligamento por infração disciplinar mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho; entre outras medidas.

A mobilização aconteceu na manhã da última quarta-feira (18) em frente ao Campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

De acordo com o advogado João Antonio Argerin, a PEC nº 32/2020 propõe a terceirização e a privatização de serviços públicos que são essenciais para a população. “No meu entendimento, haveria piora nos serviços prestados, porque quando você não tem esse vínculo com o órgão estatal você fica vinculado à uma empresa terceirizada privada, e isso causa uma depreciação no serviço público como um todo.” 

Primeira Notícia · Advogado João Antonio Argerin explica as consequências da aprovação da PEC32

A servidora Pública Federal Márcia Pissurno, que também participou da mobilização, explica que a medida pode interferir diretamente a população mais carente, fazer o uso de serviços públicos que são disponibilizados pelo governo. “Se esse texto passar, a população terá que pagar por esses serviços que atualmente são gratuitos, que o governo e estado pagam. Ou seja, eles querem transferir a obrigação do estado para a rede privada. Quem não tiver dinheiro, fica sem atendimento”. 

A vereadora Camila Jara acredita que a PEC será aprovada. “Eu espero que a gente consiga reduzir os danos. Eu sei que a força de oposição dentro do comércio nacional é muito pouca, não chega a 150 deputados. Então a gente não tem força para barrar, mas podemos negociar e tentar diminuir os impactos.  Podemos também incluir quem mais dá despesas pro setor público, como o poder judiciário, que não está incluso nessa reforma”.  

A PEC 32/20, que tramita em Comissão Especialn a Câmara dos Deputados, será votada até o final de agosto. O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) declarou, no debate transmitido pelo Estado de São Paulo em live no YouTube, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a possibilidade da proposta ser aprovada mesmo com o curto prazo para votar a PEC devido às eleições do próximo ano. Para que isso aconteça é necessário de 308 votos favoráveis dentre os 513 deputados, após isso será encaminhada ao Senado Federal.

 

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