ELEIÇÕES

Voto facultativo entre os jovens caiu 48% em Mato Grosso do Sul

Entre os idosos houve aumento de 7%

Patrick Alif e Victor Hugo Sanches29/10/2014 - 11h13
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Dados do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) mostram que em 2014 a frequência de jovens eleitores entre 16 e 17 anos às urnas diminuiu 48,5% em relação a 2012. Entre os idosos com 70 anos ou mais, que também não tem a obrigatoriedade do voto, houve aumento de 7% em relação ao mesmo período. 

Para o chefe de divisão da Central de Atendimento ao Eleitor de Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Barbosa, os jovens que têm direito ao voto facultativo não comparecem para votar e não demonstram interesse em participar das eleições, devido aos escândalos na política. “Os jovens de 16 e 17 anos se desmotivam do voto devido aos casos de corrupção dos governantes. A falta de informação sobre o assunto, também reflete na baixa procura do jovem para exercer este direito de cidadão”. 

O estudante Matheus Gabriel Moura de Almeida, 16, admite não estar preparado para  escolher os governantes. “Eu tenho o desejo de votar, mas ainda não consigo definir um candidato com a minha própria opinião e sigo o que meu pai pensa. Prefiro esperar até os 18 anos. O meu voto pode ser decisivo para o futuro da sociedade”.

Para o estudante, o voto facultativo é um direito que deve ser praticado com seriedade. “Vejo que algumas pessoas da minha idade, procuram votar simplesmente como experiência e sem responsabilidade na escolha de seus candidatos. Acredito que seja ideal estas pessoas votarem quando atingirem maturidade e consciência”.

A estudante Natália Salles de Araújo, 17, explica que vota por influência do pai. “Exerço o direito do voto porque meu pai pediu para emitir o título de eleitor no ano passado, para eu poder votar neste ano. Acho que todos que tem este direito, deveriam exercê-lo. É algo para o bem do país, para exigir melhorias. Com 16 e 17 anos a pessoa deve ter opinião para escolher um governante”.

Para o aposentado Ataíde Garcia, 70, o voto é uma obrigação do cidadão, independente da idade. “Enquanto eu estiver apto a exercer o voto e meu papel como cidadão, quero contribuir na escolha para representar o meu país, meu estado e o meu município”.

A aposentada Áurea Benedita, 79, acredita que o voto é uma forma de fortalecer o patriotismo. “Nunca deixei de votar, eu gosto de saber o que os candidatos propõem. Enquanto estiver no Brasil, me sinto na obrigação de exercer este direito. Recebo aposentadoria do governo, tenho família que mora neste país e voto para ter governantes que me representem”.

De acordo com o cientista político e professor doutor Tito Carlos Machado de Oliveira, o voto facultativo é importante. "É uma ótima oportunidade para jovens que demostram interesse em participar pela primeira vez e para idosos que querem continuar a contribuir nas decisões políticas do país".

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