Acordo judicial firmado entre o governo de Mato Grosso do Sul e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) autorizou a concessão de áreas preservadas do Parque dos Poderes para utilização das secretarias estaduais. O Acordo judicial também validou a construção de novas vagas de estacionamento para os órgãos públicos. O processo movido pelo MPMS foi finalizado na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
O governo do estado cedeu 150 mil metros quadrados de áreas, anteriormente destinadas para preservação ambiental, que foram liberadas para construção ou ampliação dos órgãos públicos. A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) utilizou área autorizada pelo governo estadual e ampliou a quantidade de vagas para estacionamento de servidores da Secretaria. A autorização abrange trechos de vegetação nativa inexistente. De acordo com a Lei nº 5.237/2018, sancionada pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, é proibido o desmate em áreas com matas nativas no Parque dos Poderes.
Ambientalistas, vereadores e deputados manifestaram-se contra o acordo judicial, em frente ao Fórum Heitor Medeiros, em Campo Grande, no dia quatro de setembro. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) é autora do Projeto de Lei 10.970/2023, que estabelece o tombamento do Parque Estadual do Prosa, Parque das Nações Indígenas e Parque dos Poderes. O projeto de Lei estabelece a proibição de qualquer supressão de área verde da região. A vereadora afirma que o tombamento do Parque dos Poderes "protege a história de investidura na cidade e no estado. Queremos proteger o bioma para as futuras gerações".
Luiza Ribeiro explica que o projeto de Lei tem como objetivo a garantia da conservação ambiental da vegetação nativa existente no Parque dos Poderes. "Nós sabemos que se não houver esse revestimento de proteção pela lei, nós podemos perder parte importante da nossa vegetação do cerrado que está lá". A vereadora afirma que o governo estadual se opôs a proposta de tombamento do Parque.