Campo Grande tem maior número de óbitos infantis por afecções perinatais em Mato Grosso do Sul. A capital registrou 1.391 mortes ocorridas em crianças de até um ano de idade nos últimos dez anos. As principais causas de afecções perinatais são decorrentes do acesso desigual aos serviços públicos de Saúde e a falta de assistência aos exames do pré-natal como o ultrassom morfológico.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) resgistrou 39 óbitos neonatais de janeiro a julho deste ano, o que representa 62% das mortes totais registradas em 2022. As afecções perinatais constituem 46% dos casos de mortalidade infantil e ocorrem quando o bebê contrai infecções no período fetal, durante o parto ou pós-parto. Os bebês do sexo masculino têm mais chances de desenvolverem doenças devido às taxas elevadas do metabolismo energético e do crescimento.
Feito por João Buchara no Infogram
A mortalidade infantil é dividida em neonatal precoce de zero a seis dias de vida, neonatal tardio de sete a 27 dias de vida e pós-neonatal de 27 a 364 dias de vida. A médica ginecologista Obstetra do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap), Nádia Reis ressalta que o pré-natal é o principal exame que previne mortes maternas e neonatais, devido a detecção de fatores de risco como a má formação fetal. "Às vezes a paciente começa a gravidez sem nenhum fator de risco, mas, durante o acompanhamento feito pelo pré-natal, podemos observar alguma alteração que ela possa vir a apresentar como aumento glicêmico, infecções e restrição de crescimento do bebê". Nádia Reis diz que "o fator socioeconômico das gestantes também contribuem para a falta de acesso à saúde pública devido às poucas informações sobre o pré-natal".