SAÚDE

Agravamento da pandemia leva campo-grandenses a buscarem alternativas para se exercitar

Praticar exercícios em casa minimiza riscos de contaminação em locais como academias e parques

Alíria Aristides, Lidiane Antunes, Nélida Navarro20/04/2021 - 16h54
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Praticantes de atividades físicas procuram por novas alternativas para continuar com os exercícios durante a pandemia de Coronavírus. De acordo com o decreto nº 6.246, divulgado no dia 24 de março pela Prefeitura da Capital, espaços como academias e parques podem funcionar mediante protocolos de biossegurança. Estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) concluiu que a prática de atividades físicas como medida benéfica para a melhora da imunidade na prevenção e tratamento do novo coranavírus.

O educador físico Yago Yohannes, de 35 anos, afirma que a criatividade pode ser uma aliada de quem deseja se manter fisicamente ativo. “Dentro de casa, usando a imaginação, olhando a internet e usando o básico de exercícios, dá para se exercitar até sem aparelhos e improvisar”. Yohannes defende a importância de acompanhamento qualificado para evitar lesões. “O ideal seria ter pelo menos um mínimo conhecimento sobre o exercício que se está fazendo. Hoje a gente tem várias formas de conseguir isso, através de aulas online onde você consegue observar a postura correta do exercício, de lives do Instagram, onde vários professores estão proporcionando a oportunidade das pessoas estarem fazendo exercícios dentro de casa com acompanhamento via internet”. 

A realização de atividades físicas é considerada uma maneira eficaz de minimizar o agravamento da Covid-19. De acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), realizar pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana reduz o risco de internação hospitalar pela Covid-19 em até 34,9%. A pesquisa, analisou 938 pessoas que se exercitam com frequência adequada e que se infectaram com coronavírus. Destas, apenas 9,7% (91 pessoas) necessitaram de hospitalização. 

Para a psicóloga Nathália Conceição é importante que o corpo libere hormônios durante e após a realização de exercícios. “Durante a prática de exercícios, vários hormônios são liberados. Em especial a endorfina, que tem a função de controlar a ansiedade e diminuir o estresse, e a serotonina, cuja atuação está relacionada ao humor, ao sono e ao apetite. No momento em que vivemos, a atividade física acabou se tornando quase indispensável”. 

Primeira Notícia · Natália Conceição fala dos benefícios da prática de atividade física para a saúde mental

 

A profissional afirma que os benefícios também são sentidos em aspectos como a melhora da autoestima, das funções cognitivas e do autocontrole. “Um corpo em equilíbrio precisa ter bons hábitos. Quando se está em dia com a saúde física, alimentação e saúde mental, acaba entrando em equilíbrio. Esses três pilares, saúde física, alimentar e mental sempre estarão interligadas”.

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que os níveis de atividade física caíram significativamente durante o isolamento social, no qual 69% dos entrevistados foram classificados como ativos antes da pandemia, contra somente 39% ativos durante o isolamento. Aqueles que passaram a se exercitar menos foram também os que apresentaram mais sintomas de ansiedade e depressão. Do total de 1853 entrevistados, 30% demonstraram sintomas de depressão de grau moderado a grave.   

O militar e estudante do curso de Nutrição Yago Martins, de 28 anos, perdeu 20 kg ao aliar alimentação saudável e exercícios físicos. Martins costuma realizar exercícios de funcional, corrida e ciclismo e passou a se dedicar ainda mais às práticas com a pandemia. “Desde que começou a pandemia, eu venho intensificando o treino. Melhorar a parte imunológica foi um fator muito relevante para eu estar praticando atividades físicas nesse momento. A atividade física vai muito além da estética, a gente tem que pensar em levar para a vida”. 

Yago perdeu mais de 20kg ao aliar exercícios físicos e reeducação alimentarYago perdeu mais de 20kg ao aliar exercícios físicos e reeducação alimentar (Arquivo Pessoal)

Martins afirma que integrar exercícios e reeducação alimentar trouxe benefícios psicológicos, além da perda de peso. “Com o histórico de obesidade, já tive altos e baixos, e sofri também com a questão psicológica. Manter as atividades me ajudaram nesse sentido também. Quando eu me exercito, faço sempre de manhãzinha, e parece que o dia todo vai bem melhor, que me sinto mais feliz, e o dia rende bem mais”.

Alimentação Saudável

Para a nutricionista Tatiana Sarmento práticas alimentares saudáveis se tornam ainda mais essenciais em tempos de pandemia. “Neste momento é importante dar um foco para a imunidade, que é o que a gente mais está precisando. Zinco, selênio e vitamina D são uma das primeiras barreiras de defesa do nosso corpo e existem alimentos e fitoterápicos que ajudam nisso”. 

Optar por alimentos saudáveis também pode influenciar as emoções e aliviar quadros psicopatológicos. Tatiana Sarmento afirma que “uma das formas das pessoas compensarem a tristeza, o estresse, a notícia ruim, é procurar o que dá prazer, que normalmente é o alimento. Neste contexto, as pessoas precisam dar prioridade e escolher alimentos que ajudam na modulação da ansiedade, da depressão”. 

Segundo a nutricionista, o consumo de alimentos como banana, castanha, ovo e chocolate amargo pode minimizar risco de surgimento de distúrbios comuns durante o isolamento social, como a compulsão alimentar. 

 

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