Crianças e adolescentes de Campo Grande relataram casos de abusos durante o período de isolamento social no retorno das aulas presenciais da Rede Municipal de Ensino (REME) da capital. Os estudantes sofreram violência sexual dentro de casa e ficaram sem meios para denunciar. A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) registrou 2143 boletins de ocorrência em 2020 relacionados a crimes e violência cometidos contra crianças e adolescentes.
Os infratores são familiares ou pessoas próximas ao círculo familiar das vítimas. O cenário mais comum para as violentações é a própria residência da criança. A denúnica por parte das crianças e adolescentes se tornam mais difíceis pelo agressor ser conhecido e pela descrença nas palavras dos menores de idade pelos pais e responsáveis.
A psicóloga Márcia Paulino explica que a criança apresenta dificuldade em relatar os abusos sofridos, por vezes, possui dificuldades em diferenciar o aceitável como gestos de carinho e atos que se encaixam como crimes de violência sexual. “Onde a criança pode ser tocada, onde não pode, para que ela saiba identificar a situação de violência e a quem recorrer". Ao ter essas informações as crianças conseguem ter abertura para pedir ajuda e relatar.