SAÚDE

Ambulatório do Hospital Universitário auxilia no tratamento do vício em cigarro

O Ambulatório de Pneumologia realiza reuniões e acompanhamento gratuito pelo Hospital Universitário há 30 anos

Guilherme Brasil, Thiago Spila, João Lucas 2/12/2018 - 20h59
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O ambulatório de pneumologia do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) atende há 30 anos pacientes com vício em cigarro de forma gratuita. O procdimento é realizado  por meio de reuniões todas as quintas-feiras e acompanhamento com profissionais de saúde. O assistido realiza um processo de triagem com psicólogos e médicos para receber tratamento especializado. 

Segundo a psicóloga e coodernadora do ambulatório, Terezinha Alcântara o mais recente balanço feito pela equipe aponta que nos últimos três anos o local atendeu 300 pessoas e obteve cerca de 10% de pacientes sem qualquer tipo de recaída. O centro faz parte do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) desde 1980, que institui a criação de centros para tratar pessoas com o vício em cigarro.

A psicóloga Terezinha Alcântara ressalva que o ambulatório funciona de maneira integrada para garantir que os profissionais do Hospital Universitário encaminhem pacientes. "Todas as quintas-feiras temos reuniões em coletivo com os assistidos e diariamente trabalhamos principalmente com a pneumologia para que quando eles sintam a necessidade do paciente realizar tratamento, eles aconselhem a frequentar o nosso centro de forma paralela".

Terezinha Alcântara afirma que os tratamentos atendem às necessidades fisiológicas e psicológicas com acompanhamento clínico individual e também um tratamento psicológico em grupo. "Realizamos as reuniões semanais, mensais, divulgamos cartilhas disponibilizadas pelo Inca e definimos um plano dedicado para cada pessoa dependendo do grau de dependência. Aqui por exemplo, se eu vejo que uma pessoa está mais deprimida ou está precisando de uma conversa particular, eu chamo, a gente marca e faz também o acompanhamento particular".

 

A psicóloga Adriana Cristina afirma que o rigor do tratamento psicológico é a parte mais importante do processo. "Como qualquer vício o importante é entender os fatores psicológicos, sociais e os gatilhos dentro de cada um que desencadeiam o uso contínuo e possíveis recaídas enquanto se tratam. O grau de dependência é grande e o reforço de psicólogos, de um acompanhamento intenso é indíspensável e às vezes subestimado até por alguns que possuem o vício".

O auxiliar de construção civil Gilmar Milagre relata que fuma há 35 anos e após tentativas de tratamentos sem acompanhamento profissional busca ajuda com especialistas. "Essas formas de tratamento são importantes, mas eu tentando parar sozinho não tive nenhum resultado porque sem a ajuda psicológica, de profissionais eu acho difícil alguém parar sem recair por exemplo".

Gilmar Milagre relata que propagandas na televisão foram os principais motivos de sua preocupação com o vício e recentemente encontrou ajuda profissional. "Depois de muito tentar por conta eu fui incentivado por uma propaganda na TV de um ex-viciado a arrumar uma forma de parar e frequentar reuniões. Porque um dos pontos importantes que eu vejo em cartilhas que recebi e nesse tipo de material é você discutir sobre e entender a natureza do seu próprio vício".

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