OUTUBRO ROSA

Aumenta em 62% a procura por exame de mama no Outubro Rosa

Diagnóstico precoce pode chegar a 95% de chance de cura do câncer de mama

Bárbara Cesaretto, Ketlen Gomes e Vitória Teslenco 9/10/2017 - 22h32
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A realização de exames para prevenção e diagnóstico do câncer de mamae de colo do útero em Campo Grande aumentou em 62%  no mês de outubro, em relação aos meses anteriores. O Outubro Rosa é um mês destinado a conscientização para a realização de exames. As chances de cura do câncer chegam aos 95% se descoberto de forma precoce.  Este ano, em Mato Grosso do Sul, é estimado cerca de 800 novos casos de câncer de mama, segundo o Instituto Nacional de Câncer. 

O Hospital do Câncer de Barretos aumentou o número de mamografias feitas ao dia para atender as pacientes no mês de conscientização mundial do câncer de mama. A enfermeira Magda Barbosa das Neves destaca o aumento na procura pelos exames. "Foi preciso fazer um terceiro turno para atender todas as pessoas que vem fazer a mamografia, estamos trabalhando das sete às 19h30. São feitos 65 exames ao dia”.

A unidade de prevenção do Hospital do Câncer de Barretos, inaugurada em agosto de 2013 em Campo Grande, registrou 125 casos positivos de câncer de mama, em 2016. Os exames oferecidos pelo Instituto são custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É necessário apresentar RG, CPF e comprovante de residência para ter acesso ao atendimento. Magda Barbosa também é a responsável pela divulgação dos exames no mês de conscientização. ''O movimento Outubro Rosa ocorre todos os anos com o objetivo de ressaltar a necessidade de prevenção e de diagnóstico precoce do câncer de mama''.

No centro de diagnóstico particular Radius Terapia Oncológica, a recepcionista Sirlei Alvez diz que o aumento na procura por exame de mama ''é tão significativo que realizamos hora extra no mês de outubro. Espalhamos outdoors pela cidade, os próprios médicos lembram as pacientes de fazer exames e trabalhamos cerca de três horas a mais por dia para atender a demanda''.


Raquel Marques, de 50 anos, faz os exames há três anos no Hospital de Câncer de Barretos e reclama  a demora no atendimento. ''É muita gente esperando, temos que ter paciência com a demora''.

A enfermeira Sirlei Alencar, 46 anos, realiza os exames há dois anos e escolhe o mês de outubro, pois é quando as propagandas reforçam a importância. ''Em todo lugar tem outdoor sobre Outubro Rosa, fica fácil de lembrar''. Além de fazer seus exames, a profissional de enfermagem incentiva outras mulheres a procurar pelo atendimento, pois algumas têm receio de realizar o exame.

A importância do diagnóstico precoce

Fitas de prevenção na Árvore da Vida (Foto:Vitoria T)

Dos 40 aos 75 anos, a mulher entra no grupo de risco do câncer de mama. Nos casos em que a mulher encontra alguma alteração, a orientação é que procure o médico e realize ultrassonografia, a mamografia é indicada a partir dos 40 anos, quando a mama está menos densa. De acordo com a médica radiologista Ruth Bonini diversos fatores podem gerar um câncer de mama, como a menstruação precoce, menopausa tardia, obesidade, sedentarismo e ingestão de álcool. Além dos fatores genéticos, esses indicadores são de difícíl controle e prevenção, o que aumenta a importância da mamografia, que é o único exame que ''comprovadamente reduziu as mortes, pois detecta o câncer quando ele ainda não está palpável, quando está pequeno, aumentando as chances de cura".

A Sociedade Brasileira de Mastologia, o Colégio Brasileiro de Radiologia e a Federação Brasileira de Ginecologistas recomendam que o exame seja realizado anualmente, o Sistema Único de Saúde custeia o exame a cada dois anos.

Dados do Instituto de Câncer (INCA) mostram que em 2016 houve 13.000 mortes por câncer de mama no Brasil. A médica Ruth Bonini ressalta que a prevenção evita a cirurgia que compromete a estética da paciente. "Esses números, às vezes, assustam. São casos de diagnóstico tardio e o nódulo tinha mais de cinco centímetros. No diagnóstico precoce, a chance de cura é de 95%".

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