COVID-19

Mato Grosso do Sul aguarda aprovação da Anvisa para compra da Sputnik-V

Aquisição será realizada por meio do Consórcio Brasil Central (BRC), que destinará dois milhões de doses ao estado

Adriana Acosta, Evaldenir Amaral, Luciano Pinheiro17/05/2021 - 11h31
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O Governo de Mato Grosso do Sul aguarda a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para efetuar a compra de dois milhões de doses da Sputnik-V. A assinatura do contrato para importação da vacina com o Fundo Russo de Investimento Direto foi aprovada no dia 13 de maio. A quantidade será suficiente para vacinar um milhão de habitantes contra a Covid-19, com a aplicação de duas doses por pessoa. A aquisição será realizada por meio do Consórcio Brasil Central (BRC), com outros cinco estados e o Distrito Federal.

A importação da Sputnik-V vai aumentar as opções de vacinas no estado, que atualmente aplica doses da CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer BioNTech na campanha de imunização. Conforme dados disponíveis na plataforma e-vacine, até o dia 21 de maio, 24,87% da população local foi vacinada com a primeira dose. O laboratório, União Química, responsável pela produção da Sputnik-V em território brasileiro, comunicou à Anvisa a desistência do desenvolvimento clínico do imunizante no país, a agência esclareceu em nota que a renúncia se refere somente aos testes clínicos e não tem relação com o pedido de uso emergencial.  

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende diz que a compra da vacina é importante para imunizar toda a população do Mato Grosso do Sul. Resende espera que a assinatura do contrato seja realizada nas próximas semanas. "O repasse dos recursos só será efetuado após a Anvisa autorizar o uso dessa vacina no país ou se o Supremo Tribunal Federal, o STF, divulgar decisão que autorize estados e municípios adquirirem este imunizante".

A Anvisa rejeitou um primeiro pedido de importação da Sputnik-V, protocolado em abril pelo Governo do Estado do Maranhão, por meio do Superior Tribunal Federal (STF). Na decisão, a agência aponta falhas na produção do imunizante e insuficiência de dados de controle de qualidade para proibir a aplicação da vacina russa no Brasil. A compra seria realizada pelo Consórcio Brasil Central (BRC), do qual o estado do Maranhão é consorciado com Mato Grosso do Sul e outros quatro estados e o Distrito Federal.

Para o infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rivaldo Venâncio da Cunha a vacina produzida na Rússia é de boa qualidade. Cunha diz que o país possui conhecimento avançado em virologia. A Sputnik-V é aplicada atualmente em 28 países, segundo dados da plataforma Coronavirus Vaccine Tracker, lançada pelo The New York Times para rastrear o desenvolvimento e aplicação das vacinas contra a Covid-19 pelo mundo.

A Argentina foi o primeiro país a utilizar a vacina fabricada pela Rússia na América do Sul. A maioria dos países que utilizam o imunizante russo está na Ásia, África e nas Américas. Segundo informações do Instituto Gamelaya, a Sputnik-V é um imunizante seguro e eficaz contra as formas mais graves da Covid-19. Um estudo publicado na revista científica Lancet em fevereiro concluiu que o imunizante possui 91,6% de eficácia.

Para o primeiro secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Roberto Oshiro empresários dos setores comercial e industrial da capital possuem expectativas de crescimento devido à vacinação, segundo pesquisa feita pela ACICG. De acordo com Oshiro, com a imunização da população "a recuperação econômica será muito mais forte", visto que, após a aplicação da vacina, "não teremos mais situações como a de restrições das atividades por conta do contágio e do agravamento da doença".

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