O Banco de Leite Humano do Hospital Universitário (HU) tem estoque para atender três dias da demanda, o nível está muito abaixo do necessário para o período. A nutricionista do Banco de Leite Humano do HU, Camila Pacheco explica que, em períodos como este, a equipe dá preferência aos recém-nascidos mais prematuros que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), enquanto os demais são alimentados pela chamada ‘Fórmula’, também conhecido como “leite artificial”.
O Hospital Universitário atende, em média, vinte bebês que dependem das doações de leite materno. Camila Pacheco afirma que a situação do estoque ainda levará algum tempo para se reestruturar devido ao processo de controle de qualidade pelo qual o leite doado passa antes de ser dado aos bebês. A nutricionista informa que a alimentação alternativa, em alguns casos, por meio do leite artificial pode causar reações fisiológicas negativas à criança.
O filho de Marina Campos está internado há mais de um mês devido ao parto prematuro. Ela afirma que o bebê apresentou algumas reações que indicaram que a alimentação alternativa era prejudicial. O bebê de Marina deixou de ingerir, também, o leite materno. “Ele não estava mamando, por isso meu leite começou a secar e ele começou a ser alimentado pelo Banco de Leite. (...) com a fórmula ele vomitava muito, deram muitas náuseas nele e, quando voltou a tomar leite novamente, o estômago dele não aceitou.”
A nutricionista Camila Pacheco comenta que há uma parceria com outros bancos de leite. Em Mato Grosso do sul existem cinco bancos de leite, quatro em Campo Grande e um em Dourados que, juntos, compõem a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. A unidade do Hospital Universitário é referência e, com as demais unidades, forma a rede estadual.
Doadora de leite materno há mais de três anos, Flávia Neri de Moura, 40, descobriu o Banco de Leite do HU por meio de uma vizinha que também realizava doações à unidade. Ela ressalta que a doação é muito importante e necessária para auxiliar os recém-nascidos que precisam.
Para ser doadora de leite humano, a concessora deve ser saudável, não fazer uso de medicamentos que afetem a doação, além de estar disposta a ordenhar e doar o suficiente para um Banco de Leite Humano.
A nutricionista Camila Pacheco afirma que o leite materno é importante para o desenvolvimento dos bebês por diversos fatores, entre eles o imunológico. “O leite humano é um alimento perfeito. Mesmo que seja um leite de doação, o leite materno tem o fator que nenhum leite feito em fábrica, em farmacêutico tem, que é o fator imunológico. A proteção que o leite humano dá para os bebês contra infecções, bactérias e vírus. É algo que não tem como replicar.”
Serviço
As doações para o Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian podem ser realizadas presencialmente na Av. Senador Filinto Muller, 355 Vila Ipiranga. A unidade disponibiliza, ainda, uma equipe que faz a coleta na residência da doadora por agendamento prévio.
Para mais informações ou agendamento, o telefone para contato com o Banco de Leite Humano é (67) 3345-3027.