HEPATITE A

Campo Grande está em alerta para risco de surto de Hepatite A

A cidade registrou 16 novos casos somente no mês de outubro, ao todo no ano são 25, e outros 20 casos da doença estão em investigação; homens entre 20 e 29 anos são a faixa etária mais afetada pela doença

João Vitor Marques, Giovanna Fernandes, Lívia Medina e Keyla Santos16/10/2024 - 17h46
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Campo Grande está em estado de alerta epidemiológico para surto de Hepatite A em setembro pelo segundo mês consecutivo. A capital registrou 25 casos da doença entre junho e outubro de 2024. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) investiga outros 20 casos suspeitos da doença. Campo Grande teve um período de cinco anos, entre 2019 e 2023, sem notificações de casos.

A cidade contabiliza 16 novos casos de Hepatite A somente no mês de outubro. Homens entre 20 e 29 anos compõem a faixa etária mais afetada pela doença em 2024. O alerta orienta para a necessidade de medidas preventivas para evitar um surto de Hepatite A. A Sesau enviou ofício a todos os hospitais da cidade para intensificar a notificação dos casos e solicitar medidas de prevenção para os profissionais de saúde.

A hepatite A é transmitida de forma fecal-oral, pelo contato de fezes com a boca, e está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal. A vacina contra a doença é obrigatória para crianças aos 15 meses de idade e aplicada em uma única dose. Instituições privadas de saúde oferecem a vacina para todas as idades.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo explica que a preocupação com o possível surto de Hepatite A na cidade surgiu após a instituição identificar “rumores de aumento de casos da doença em Curitiba” e Campo Grande “seguir o mesmo padrão, acometendo principalmente a faixa etária de adultos jovens”. Veruska Lahdo afirma que o primeiro alerta epidemiológico foi emitido em agosto de 2024 para orientar os profissionais de saúde para a identificação de possíveis casos de Hepatite A. “O paciente com sintomas da doença pode procurar as unidades básicas ou de urgência, será feito exame de coleta de sangue e, verificada uma alteração das enzimas hepáticas do fígado, é feito o exame de Hepatite para confirmar ou não o caso”.

A hepatologista Isadora Pereira comenta que os surtos de Hepatite A são causados por proximidade com pessoas infectadas ou “por pessoas em viagem” que contraem o vírus de outra localidade e transmitem para outros moradores da cidade. A hepatologista explica que os pacientes se apresentam assintomáticos ou com sintomas leves, como desconfortos abdominais, diarreia e febre. “Em casos mais graves da doença, que são mais raros, o paciente pode apresentar coloração amarela nos olhos e na pele, coloração mais escura de urina, dor abdominal mais proeminente e fadiga, então é importante ficar atento quando esses sinais evoluem”. Isadora Pereira afirma que não existe um medicamento que elimine o vírus da Hepatite A, o tratamento realizado é o de suporte, onde o paciente fornece as condições necessárias para o organismo combater o vírus.

PRIMEIRA NOTÍCIA · Médica hepatologista Isadora Gastro fala sobre os sintomas de Hepatite A

 

O produtor musical Raul Gabriel Cardoso foi diagnosticado com Hepatite A no mês de setembro após ser internado com febre alta, náuseas, vômito, fadiga, e apresentar coloração amarela nos olhos e na pele. Raul Gabriel Cardoso relata que a recuperação da doença é “difícil, pois a fadiga permanece por até dois meses”. O produtor musical segue com restrições médicas, como a prática de esportes e a dieta nutricional. “Não posso consumir nada de alimentos gordurosos, como lipídios, nada de álcool devido ao fígado comprometido, e a dieta também precisa de muita água, frutas e alimentos ricos em ferro”.

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