A capital sul-mato-grossense é a segunda cidade do país a integrar o Projeto A Hora é Agora - Testar nos Deixa Mais Fortes, que foca na prevenção e detecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em um período de tempo favorável para o diagnóstico por meio da realização de autoteste fornecido gratuitamente. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), com apoio da Prefeitura de Campo Grande e tem como público-alvo homens gays e homens que fazem sexo com homens (HSH) acima de 15 anos.
O projeto, iniciado em Curitiba em 2014, se destaca por fornecer o exame de forma simples e rápida por meio de um cadastro online na página do programa A Hora é Agora. Em Campo Grande uma senha é liberada após o cadastro para a retirada do pacote no Pátio Central Shopping, que é uma caixa com dois autotestes. A coordenadora da Rede de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Andreia Silva enfatiza que o teste extra pode ser guardado para outra possível situação de risco. “Caso ele queira se retestar, ele já tem acesso a esse outro autoteste, ou ele pode entregar para o parceiro dele também realizar o teste".
O kit contém os instrumentos necessários para a realização do exame e um cartão para a marcação do tempo de duração do teste, que é de 20 minutos. Andréia Silva explica que o resultado é obtido por meio da coleta de fluido oral, com uma haste flexível (cotonete) estéril. “Ele vai passar o cotonete na parte superior e na parte inferior da boca, e vai colocar num dispenser para que o teste possa correr. Mesmo que o teste dê negativo, ele tem uma janela imunológica de 28 dias. Então é um teste de rastreamento e não um teste diagnóstico, precisa fazer um teste confirmatório. A gente faz mediante uma gota de sangue da polpa digital e leva de 15 a 30 minutos, e aí é confirmado o resultado”.
A coordenadora orienta que em caso de dúvidas, independente do resultado positivo ou negativo, o usuário deve buscar auxílio no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que dispõe de equipe preparada para atender todos os casos. “Lá a gente oferta, além da testagem do HIV, o teste rápido de Hepatite B, Hepatite C e Sífilis. A gente faz o rastreamento completo. Se esse usuário for só para ser orientado, a equipe também está pronta para isso”.
O paciente será acolhido e passará pelo processo de orientação, desde o diagnóstico até o tratamento, caso seja confirmada a doença. A especialista afirma que a terapia de antirretroviral (TARV), que consiste na ingestão de dois comprimidos por dia é oferecida no CTA. “Existem as excepcionalidades, e esse tipo de paciente não é manejado no CTA, ele vai ser transferido para nossa outra unidade, que é o Centro Especializado em tratamento de Doenças Infecto-Parasitárias (CEDIP), para que ele possa ter um atendimento com um especialista infectologista e ver o melhor tratamento”.