SAÚDE PÚBLICA

Campo Grande ocupa a 9ª posição na pesquisa do Datafolha que mede Saúde, Educação e Saneamento

A pesquisa de Eficiência dos Municípios (Rem-F) aponta que a capital tem 0,39 pontos na área da Saúde, na qualidade dos serviços públicos oferecidos na Saúde, Educação e Saneamento

Felipe Machado, Fernanda Sá, Geovanna Bortolli e Maria Gabriela Arcanjo21/09/2024 - 18h32
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Campo Grande é um dos municípios com a menor renda per capita nas áreas de Saúde, Educação e Saneamento Básico, e ocupa a 9ª posição depois de São Gabriel do Oeste e Bataguassu, cidades com 27,2 mil e 23,3 mil habitantes, respectivamente. Fátima do Sul com a menor renda per capita do Estado, ocupa a primeira posição no ranking de eficiência. O índice de eficiência demonstra que os serviços de Saúde e Educação são deficitários no município.  

Pesquisa realizada pelo Datafolha registrou que Campo Grande ocupa a 9ª posição no ranking de eficiência dos municípios de Mato Grosso do Sul. O levantamento faz parte do Ranking de Eficiência dos Municípios (Rem-F), que avalia a relação entre a receita per capita e a qualidade dos serviços públicos oferecidos nas áreas de Saúde, Educação e Saneamento. Os indicadores da área da Saúde são medidos de acordo com os domicílios cobertos por Atenção Primária à Saúde (APS) e quantidade de médicos por 1000 habitantes no município. Campo Grande obteve 0,39 pontos em saúde, na escala utilizada pelo Rem-F.

Comparativo de eficiência e renda per capta dos municípios de Mato Grosso do SulComparativo de eficiência e renda per capita dos municípios de Mato Grosso do Sul - Crédito: Fernanda Sá

O diretor técnico da Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande (ABCG), William Lemos afirma que a falta de recursos financeiros compromete a qualidade dos serviços oferecidos pelo hospital. "Os pacientes são afetados, pois os recursos se esgotando colocam em risco o atendimento oportuno e em casos mais críticos a continuidade de tratamento". Lemos acrescenta que a equipe do hospital tem dificuldades para manter a qualidade dos serviços, e que existe um sistema interno de redirecionamento de insumos entre os hospitais da capital. "Tivemos grande dificuldade em manter a qualidade dos serviços, utilizamos parceiros e empréstimos para manter os atendimentos. Além disso, quando algum insumo se torna crítico ou escasso, temos um comitê interno que redireciona para outro insumo que atenda com a mesma qualidade".

A secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite Melo afirma que a construção de um Hospital Municipal é um dos planos da Prefeitura para acabar com a escassez de leitos hospitalares. "A Prefeitura Municipal de Campo Grande com o projeto do Hospital Municipal, que será um complexo hospitalar, já está em processo licitatório, e teremos a ampliação de 259 leitos". O Hospital Municipal de Campo Grande, projeto adiado nos últimos anos, está previsto para o segundo semestre de 2025. Rosana Leite afirma que a estratégia da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) é implementar a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP). 

A paciente do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS) Marycleide Correa da Silva destaca que a demora nos atendimentos e dificuldades no agendamento das consultas e exames médicos como questões para a saúde pública. "Reagenda a consulta e às vezes não dá certo, tem que pedir nova solicitação, eles mandam para o Sistema de Regulação Municipal (Sisreg), e aí demora demais". Marycleide Correa afirma que "a solução seria a construção de um hospital municipal, porque todos os hospitais estão com superlotação".

PRIMEIRA NOTÍCIA · Marycleide Correa da Silva explica sobre a demora no atendimento e as dificuldades no agendamento

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