Campo Grande possui 40,8% das mortes por Covid-19 contabilizadas em Mato Grosso do Sul. Das 7.569 vítimas de Covid-19 em Mato Grosso do Sul, 3.087 são apenas da Capital. A taxa de letalidade de 2,8% em Campo Grande supera a de Mato Grosso do Sul, que está em 2,4%. Idosos representam a maior parte das vítimas pela Covid-19. Das 3.087 mortes, 2.086 são de pessoas com mais de 60 anos. A taxa de mortalidade, que é a relação entre óbitos e população, é de 340,7 na Capital. São 54,9% de óbitos masculinos e 45,1% femininos.
O primeiro caso registrado de Covid-19 ocorreu em 14 de março de 2020 em Campo Grande. O primeiro óbito ocorreu em 13 de abril de 2020. Os sintomas da doença são febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça e dificuldade para respirar. O quadro pode evoluir para casos graves com necessidade de intubação orotraqueal, procedimento que pode levar o paciente à obito.
O auxiliar administrativo, Gustavo Maciel relata que sua tia faleceu vítima de Covid-19 em 23 de abril deste ano. “Minha tia muito provavelmente contraiu o vírus do meu tio, que já estava vacinado com a primeira dose, porém trabalha em uma oficina na cidade e deve ter levado o vírus para ela em casa. Ela teve insuficiência pulmonar e eles tinham como tratar essa insuficiência, foi tratada e quando começou a ter insuficiência renal foi transferida para um hospital que tinha capacidade de fazer hemodiálise. Ela ficou dez dias internada e depois disso faleceu”.
Maciel afirma que é preciso respeitar as medidas de biossegurança impostas durante a pandemia da Covid-19. “Para mim e para minha família que perdemos um familiar para a Covid-19 meu conselho é que as pessoas respeitem as medidas restritivas, usem máscara o tempo todo, não se aglomerem, usem álcool gel e higienizem as mãos. Levem a sério esse vírus porque realmente é muito forte e muito rápido para levar algum familiar seu. Não queira levar isso para a sua família e não queira levar esse vírus para dentro de casa”.
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende afirma que as mortes causadas pelo vírus da Covid-19 são resultado da irresponsabilidade dos cidadãos. “Existem casamentos e gravações de CDs sendo celebrados e uma parcela significativa da população tem se comportado aliada ao vírus e são eles os abutres das mortes em Mato Grosso do Sul. Estamos presenciando um quadro de iminência de colapso, e eu, como gestor estadual de saúde, fico muito preocupado. Estou fazendo esse alerta, porque a terceira onda está chegando. Poderemos ter não só rios, mas mares de lágrimas nos próximos dias porque está morrendo muita gente, gente jovem, gente que ainda não completou o ciclo vacinal”.
Resende diz que é necessário impor medidas restritivas para conter o avanço da pandemia da Covid-19 em Mato Grosso do Sul. “É preciso medidas mais duras para evitar mais derramamentos de lágrimas. Se o quadro que vocês estão vendo estampados nas manchetes de jornais, telejornais, leva de pacientes para outros estados, sofrimento que estamos tendo em todas as cidades e pessoas clamando por leitos de UTI, se esse quadro não tocar na consciência e no coração de sul-mato-grossenses, nós teremos dias piores do que estamos vivenciando”.