Campo Grande teve o menor número de casos de dengue confirmados em 2021 nos últimos nove meses, com 373 registros no boletim epidemiológico de outubro da Gerência Técnica de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). O maior número de casos confirmados foi em 2019, com 34.515 registros entre janeiro e setembro. Entre janeiro e setembro de 2020, foram 14.466 notificações, uma queda de 19.849 no número de casos se comparado ao ano de 2019.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) desenvolveu o Plano de Contingência Para Arboviroses Transmitidas pelo Aedes aegypti No Estado de Mato Grosso do Sul, aprovado pelos municípios em 2020 com duração até 2022. A SES também lançou a campanha de enfrentamento à dengue, zika e chikungunya no dia quatro de novembro com seminários virtuais transmitidos pela plataforma Telessaúde MS, visitas técnicas aos municípios de Mato Grosso do Sul, o lançamento da terceira etapa do Sistema e-Visitas, o dia “D” de combate às Arboviroses, que acontecerá no dia 20 de novembro, e a inauguração da nova fase de liberação dos ovos do Método Wolbachia. Esse método iniciou a terceira fase da liberação de wolbitos, mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, em Campo Grande pela campanha de enfrentamento ao mosquito.
O método Wolbachia é uma descoberta do World Mosquito Program (WMP), que consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. A junção do mosquito com a bactéria faz com que o vírus da dengue, chikungunya, febre amarela e zika interrompa seu desenvolvimento dentro do mosquito. A liberação em Campo Grande foi dividida em três fases e contempla mais de 30 bairros da capital, entre eles o Pioneiros, Moreninhas, Coophavila II, Piratininga, Universitário, Noroeste, Aero Rancho e Carandá Bosque.
O professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Antônio Pancrácio de Souza explica que o método consiste em uma nova remessa de Aedes aegypti com o Wolbachia, baseado no cruzamento entre os wolbitos e os mosquitos locais. O cruzamento entre as duas espécies faz os novos descendentes terem as mesmas características dos mosquitos wolbitos. “O Aedes aegypti com Wolbachia, e que tenha a capacidade reduzida de transmitir Dengue, Zika e Chikungunya, ao serem soltos na natureza, se reproduzem com os mosquitos do campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método auto-sustentável. Lembrando que essa iniciativa não usa qualquer tipo de modificação genética”.