Campo Grande registra aumento de 157% nas ocorrências de viroses gastrointestinais na primeira semana de setembro em comparação com o mesmo período de 2023. A capital registrou 3.107 casos entre os dias dois e sete de setembro de 2024, e 1.207 no mesmo período em 2023.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) atenderam 5.700 pessoas no dia nove de setembro. A média de atendimentos diários é entre 2.500 e 3.000 pacientes. As equipes da Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) investigam a origem dos sintomas, que tem relação com alimentos ou água contaminada.
A secretária Municipal de Saúde Rosana Leite explica que o tempo seco é um meio propício para o aumento dos casos de virose. "Todo período muito seco propicia a proliferação de alguns vírus. O momento que nós estamos passando é não só de estiagem, mas também de altas temperaturas".
O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) registrou umidade relativa do ar de 5 a 20% entre nove e 12 de setembro. Relatório da equipe técnica do Cemtec classifica esse número muito baixo. O período de baixa umidade coincide com o aumento de casos de doenças virais.
A massoterapeuta Aline Morais, de 28 anos, teve sintomas de virose. "Me causou febre, vômito, diarreia e muita dor abdominal". Aline Morais relata que teve contato com uma pessoa infectada.
O médico clínico-geral Fernando Martignoni explica que as viroses são fáceis de serem transmitidas "pelo contato entre pessoas ou com materiais contaminados, como secreções". Martignoni acrescenta que o diagnóstico é clínico e o tratamento para essas doenças é sintomático. "A gente usa medicamentos para melhorar dor no corpo e vômito, e hidratação. Não é comum o uso de medicamentos antivirais específicos".
A secretária Municipal de Saúde Rosana Leite destaca que a Sesau tem um plano de contingência para controlar as doenças. "Instalação de poltronas para hidratação, aumento da equipe de enfermagem e maior celeridade nas altas desses pacientes". Rosana Leite reforça que a informação é importante para possibilitar o autocuidado e prevenção.