SAÚDE

Campo Grande registrou cinco casos de morcegos infectados com raiva

O Centro de Controle Zoonoses realizou ações de bloqueio com vacinação nos animais domésticos das regiões onde os morcegos foram encontrados contaminados

Amanda Gonzalez, Evellyse Michele e Mariana Lima31/05/2023 - 14h11
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Morcegos infectados com o vírus da raiva foram encontrados em Campo Grande no período de três meses em 2023. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) emitiu alerta epidemiológico para a doença e intensificou a vacinação de animais domésticos após os registros de contaminação. O primeiro caso de morcego positivo para a raiva foi registrado no bairro Jardim Centro-Oeste, em fevereiro deste ano.

Os casos notificados representam um alerta para a doença no estado. O Centro de Controle Zoonoses (CCZ) recolheu 38 morcegos, e cinco deles testaram positivo para raiva. A Sesau realizou vacinação nos animais domésticos dos bairros onde os morcegos foram encontrados contaminados.

Casos de Raiva em MS
Infogram (Créditos: Amanda Gonzalez)

A médica veterinária do CCZ, Cristina Pires afirma que a raiva é uma doença com 100% de letalidade. “A raiva é uma doença muito antiga, em Mato Grosso do Sul temos muitos casos em bovinos e outros animais silvestres, isso é normal. O problema é no perímetro urbano, com a possível contaminação de cães e gatos, que têm contato direto com seres humanos. A raiva é uma doença fatal, não tem cura. Precisamos vacinar os animais e evitar o contato com morcego”. A veterinária explica que “os animais domésticos devem ser vacinados anualmente contra a raiva, pois é a única forma de prevenção”.

Primeira Notícia · Médica veterinária Cristina Pires faz orientações sobre infecção por raiva

De acordo com informações publicadas na página do Ministério da Saúde, a raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave e "possui letalidade de aproximadamente 100%". Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), do Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul registrou um caso de raiva humana em 2015, na cidade de Corumbá. O último registro da doença no estado havia sido em 1994. Os dados mostram que a infecção ocorreu por mordida de um cão infectado. A médica veterinária Cristina Pires afirma que a baixa incidência dos casos de raiva é resultado da vacinação em animais, como as aplicações de profilaxia nos humanos. 

Segundo o coordenador do Programa Nacional de Controle de Raiva dos Herbívoros (PNCRH), vinculado à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Fábio Shiroma a raiva também está presente no perímetro rural.  Conforme o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) 192 animais de variadas espécies que testaram positivos para a raiva nos últimos três anos em Mato Grosso do Sul. O coordenador explica que a raiva rural é transmitida para os animais pelo morcego hematófago. “A única fonte de alimento desta espécie de morcego é o sangue. No momento em que ele vai se alimentar de um bovino ou de um equino, por exemplo, caso ele esteja infectado com a raiva, a doença é transmitida para o animal. Geralmente em até 60 dias esses animais de produção começam a apresentar os sintomas”.

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