O primeiro hospital especializado em animais silvestres, construído dentro do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado em Campo Grande, será inaugurado em agosto deste ano, com atendimento especializado na fauna de Mato Grosso do Sul. O hospital receberá cerca de 2,5 mil animais silvestres por ano. A unidade terá espaços administrativos, salas de cirurgia, ambientes para quarentena e laboratórios para exame. Outro hospital semelhante, está localizado no Emirados Árabes especializado na fauna local com foco em camelídeos.
O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) foi criado em julho de 1987, e realiza a reabilitação de animais silvestres vítimas de acidentes, tráficos de animais, e animais entregues voluntariamente pela população. De acordo com a médica veterinária e coordenadora do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), Aline Dias, o Instituto recebeu mais de 300 espécies entre aves, répteis e mamíferos, em 35 anos, cerca de 41 000 animais. São 68% aves, 20% mamíferos e 12% répteis e os animais ameaçados de extinção somam 4% em relação ao total destes números de animais.
O médico veterinário do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), Lucas Cazati explica que o hospital receberá animais de todo o Estado de Mato Grosso do Sul. “O hospital tem capacidade para atender animais de 79 municípios do nosso Estado, sendo eles mamíferos, aves répteis e toda nossa fauna pertencente ao pantanal. O hospital é de vital importância para o nosso Estado, porque vai equilibrar a nossa fauna e levar vida, além de dar uma segunda chance para que esse animal possa desenvolver o seu papel ecológico em meio a natureza”.
A médica veterinária do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), Aline Dias explica que o atendimento adequado para cada animal será realizado após ser feita a triagem, que mostra a origem dos ferimentos e define o risco. “Quando um animal chega no CRAS, fazemos uma triagem e ele também recebe um Registro Geral (RG), que é o número de identificação dele, então quando colocamos ele no sistema, preenchemos qual a origem dele, um breve histórico, quando ele vem pela Polícia Militar Ambiental (PMA) por exemplo, ele tem um boletim de ocorrência. O animal vai receber o tratamento de acordo com o caso, se for atropelamento ele terá que ficar em quarentena, aguardar um tempo, tem a característica de cada espécie, então depende disso também, da espécie do animal”.