SAÚDE

Campo Grande registra 192 mil diagnósticos de diabetes e hipertensão em 2023

A obesidade é um dos principais fatores que contribuem para os diagnósticos de diabetes e hipertensão e o gênero feminino tem o maior número de casos, essas doenças provocaram 498 mortes nos primeiros meses deste ano

Giovanna Andrade, Giulia Mariê e Isadora Prado16/08/2023 - 16h03
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O número de portadores de diabetes mellitus e hipertensão aumenta a cada ano em Mato Grosso do Sul e na capital do estado. Campo Grande ocupa o 19° e 21° lugar, respectivamente, entre as capitais brasileiras com maior ocorrência das duas doenças. A capital, em 2021, possuia 8,5% da população adulta diagnosticada com diabetes e 22,6% com hipertensão.

As mulheres são as mais diagnosticadas com as duas patologias. A capital do estado é a sexta com maiores índices de diabetes nesse gênero e a oitava com mais casos de hipertensão em homens. As Unidades de Saúde Básica (UBS) da cidade realizam mensalmente ações de controle da hipertensão e diabetes ligadas ao Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes (HiperDia) para realizar o acompanhamento dos pacientes portadores das duas comorbidades.

De acordo com a assessora de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Bruna Kaspari o município de Campo Grande tem 57 mil pessoas portadoras de diabetes mellitusDados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab) indicam que 135 mil campo-grandenses são hipertensos. A capital de Mato Grosso do Sul registrou 498 mortes em decorrência das complicações dessas doenças entre janeiro e agosto deste ano. 

Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), extraídos do sistema e-Gestor AB, indicam que o estado de Mato Grosso do Sul registrou mais de 200 mil diagnósticos de diabetes entre os meses de janeiro e abril deste ano. A diabete mellitus é caracterizada por um transtorno metabólico causado pela elevação da glicose no sangue, a hiperglicemia, e é classificada em tipo I e tipo II. O diagnóstico do tipo I acontece na infância ou adolescência e o tipo II, que representa 90% dos casos, é o mais comum e acomete principalmente os idosos.

A biomédica Rafaela Matos foi diagnosticada com diabetes tipo I aos três anos de idade e realiza o tratamento para a doença há 20 anos. “Geralmente quem tem a diabetes tipo I é insulinodependente, nosso pâncreas não produz insulina, diferente do tipo II”. Rafaela Matos relata que seus "familiares ficaram assustados quando os primeiros sintomas da doença apareceram, pois não existiam casos precedentes na família".

A professora do curso de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e médica endocrinologista Renata Boschi Portella explica que a prevenção de ambas as patologias é possivel “com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, tanto relacionados à alimentação quanto à prática de exercícios físicos, controle do estresse, da qualidade do sono, e a prevenção do ganho de peso”.

Primeira Notícia · Médica endocrinologista Renata Boschi fala sobre o aumento de casos de diabetes e hipertensão
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Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), publicada em 2019, o gênero feminino tem o maior número de diagnósticos no Brasil. Renata Portella explica que a obesidade é um dos principais fatores que contribuem para essa situação. “As mulheres são as mais acometidas, e os principais fatores que podem explicar é a maior prevalência de obesidade nesse gênero, e também o fato de que as mulheres procuram mais assistência médica”.

Programa Hiperdia

O Ministério da Saúde instituiu, por meio da Portaria nº 371, de 4 de março de 2002, o Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes (HiperDia), realizado pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). A iniciativa promove ações com os objetivos de realizar o diagnóstico, prevenção e controle de pacientes com essas patologias. A gerente da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Aero Rancho, Ana Paula de Carvalho Silva esclarece que o HiperDia acontece em todas as UBS da cidade e é coordenado pelas equipes de enfermagem e agentes de saúde municipais. "Os pacientes recebem orientação sobre pressão arterial e diabetes, como controlar, sobre exercícios físicos e boa alimentação. Fazem consulta com o médico para a troca de receitas, ele solicita os exames necessários e as enfermeiras estão auxiliando caso precise". 

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