SAÚDE

Câncer de mama é causa de morte de mulheres em Mato Grosso do Sul

A doença foi a causa de 28,2% das mortes entre mulheres de 40 a 49 anos e 18,2% entre a faixa etária de 50 a 59 anos no estado em 2022; o câncer de mama foi diagnosticado em 114 mulheres em Campo Grande neste ano

Giovanna Andrade, Giulia Mariê e Isadora Prado Goulart 7/10/2023 - 18h48
Compartilhe:

O câncer de mama é uma das principais causas de óbitos entre mulheres em Mato Grosso do Sul. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) registrou 114 casos de neoplasia maligna em mulheres na capital do estado este ano. A taxa de incidência de novos casos da doença para o gênero feminino é de 62,22 a cada 100 mil habitantes.

A neoplasia das mamas atinge o gênero feminino em 99% dos casos identificados. Mato Grosso do Sul ocupa o 17° lugar no ranking entre as capitais com os maiores taxas de novos casos da doença registrados. A taxa de incidência de câncer de mama para o estado é de 47 casos para cada 100 mil mulheres.

De acordo com o “Boletim Epidemiológico - Mortalidade por grupos de causas em Mato Grosso do Sul” de 2022, produzido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), o câncer de mama foi a causa de 28,2% das mortes entre as mulheres de 40 a 49 anos, e 18,2% dos óbitos entre a faixa etária de 50 a 59 anos em 2022. A médica ginecologista Bruna Silveira Coelho explica que os índices de cura são altos se a doença é identificada no início do desenvolvimento. “O câncer de mama pode acometer qualquer mulher. É uma doença multifatorial e não há uma causa única para o seu surgimento… quando  ele é descoberto nos estágios iniciais, tem taxa de cura em aproximadamente 90% dos casos”.

Segundo informações publicadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), do Ministério da Saúde, os principais sinais são a presença de um caroço nos seios, pele avermelhada ou semelhante a casca de laranja na região da mama, assim como a saída espontânea de líquido de um dos mamilos. O médico Oncologista, diretor Técnico do Hospital de Câncer de Campo Grande-MS Alfredo Abrão (HCAA), Gustavo Ianaze explica que a ocorrência de câncer de mama “é mais comum nas mulheres devido ao maior volume de glândula mamária que são expostas às oscilações hormonais femininas”. Segundo Ianaze, “a idade, já que a doença aumenta a incidência com avanço da idade, obesidade, sedentarismo, tabagismo e antecedentes familiares de câncer de mama” são outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

De acordo com informações disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o autoexame "não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado". A médica ginecologista Bruna Silveira Coelho alerta que os exames são necessários para a ocorrência um diagnóstico precoce, para eficácia nos tratamentos realizados após o diagnóstico. “O autoexame  não substitui a mamografia! No auto exame você vai conseguir sentir apenas os nódulos palpáveis; enquanto a mamografia consegue detectar pequenos nódulos ainda não palpáveis e fazer uma detecção precoce do câncer de mama”. 

O câncer de mama ou neoplasia é caracterizado pelo crescimento irregular de células na mama, e desenvolve o tumor maligno. A mastologista Thaís Daltoé Inglez reforça que o tratamento depende dos aspectos do tumor existente em cada paciente. “O tratamento é individualizado para cada paciente… não são todas as pacientes que precisam de quimioterapia, radioterapia e, não são todas que precisam de cirurgia, cada caso vai ser definido de acordo com a doença para aquela paciente”. 

Primeira Notícia · Mastologista, Thaís Daltoé Inglez fala sobre indices e probabilidade de cura no câncer de mama

As embaixadoras do Outubro Rosa de 2023 do Hospital do Câncer Alfredo Abrão (HCAA), Ilma Teodoro e Emily Coffacci foram diagnosticadas com câncer e realizaram os procedimentos de mastectomia total e esvaziamento axilar. Eliza Montes, que também integra o grupo de embaixadoras do Hospital, recebeu o diagnóstico de câncer metastático, o qual dispensa a necessidade da cirugia nas mamas. As mulheres embaixadoras compartilham vídeos em suas redes sociais durante as sessões de quimioterapia e radioterapia. Ilma Teodoro relata que "registrei tudo desde o começo do tratamento, desde a primeira quimioterapia até a última quimioterapia, o momento que eu raspei a cabeça… eu não sofri, e me achei bonita carequinha, hoje a medicina está muito avançada antigamente sofria-se muito com os efeitos colaterais, mas hoje em dia é diferente”. 

De acordo com o diretor administrativo do Hospital do Câncer Alfredo Abrão (HCAA), Amilton Alvarenga o hospital realizou 1.468 sessões de quimioterapia no mês de setembro, das quais 65% foram direcionadas para mulheres com câncer de mama. Alvarenga destaca que a soma da quantidade de casos identificados mensalmente no Hospital é signicativa ao final do ano. “No ano passado, foram disponibilizadas 1.440 vagas para exames [por mês], dessas 1.440 vagas, vieram 1.150 pessoas. Desses 1.150, 23 casos iniciaram o tratamento. Então, se você pensar, 'é só 23, é pouco' mas são 23 no mês, se você multiplicar isso por 12, dá 250 casos novos de câncer no ano de câncer de mama”.

Segundo informações do relatório "Dados e Números sobre Câncer de  Mama - Relatório Anual 2022", do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Mato Grosso do Sul possui 90 mamógrafos, e 41 estão localizados em hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) recebeu um mamógrafo novo no início deste mês de outubro, em cooperação firmado entre o Hospital e o Serviço Social de Comércio (Sesc). O diretor administrativo Amilton Alvarenga relata que “ele [o mamógrafo] é mais rápido e a qualidade da imagem para que o médico consiga ver, é muito melhor do que o que a gente tinha anteriormente”. 

Serviço 

O Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA) disponibiliza exames de mamografia gratuitos durante este mês de outubro.

A Campanha Outubro Rosa HCAA 2023 é o resultado da parceria firmada entre o Hospital do Câncer e o Serviço Social do Comércio (Sesc), por meio do programa “Sesc Saúde Mulher”, e distribui 80 senhas por dia para a realização do exame de mamografia, de segunda-feira a sexta-feira, para mulheres na faixa etária de 40 até 65 anos. 

As mulheres interessadas devem ir ao Hospital do Câncer Alfredo Abrão de Campo Grande, localizado na Rua Marechal Rondon, número 1053, no bairro Centro de Campo Grande, a partir das 6h00, para retirar a senha do exame de mamografia. Documentos: Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF) e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Compartilhe:

Deixe seu Comentário

Leia Também