O câncer de mama é uma das principais causas de óbitos entre mulheres em Mato Grosso do Sul. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) registrou 114 casos de neoplasia maligna em mulheres na capital do estado este ano. A taxa de incidência de novos casos da doença para o gênero feminino é de 62,22 a cada 100 mil habitantes.
A neoplasia das mamas atinge o gênero feminino em 99% dos casos identificados. Mato Grosso do Sul ocupa o 17° lugar no ranking entre as capitais com os maiores taxas de novos casos da doença registrados. A taxa de incidência de câncer de mama para o estado é de 47 casos para cada 100 mil mulheres.
De acordo com o “Boletim Epidemiológico - Mortalidade por grupos de causas em Mato Grosso do Sul” de 2022, produzido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), o câncer de mama foi a causa de 28,2% das mortes entre as mulheres de 40 a 49 anos, e 18,2% dos óbitos entre a faixa etária de 50 a 59 anos em 2022. A médica ginecologista Bruna Silveira Coelho explica que os índices de cura são altos se a doença é identificada no início do desenvolvimento. “O câncer de mama pode acometer qualquer mulher. É uma doença multifatorial e não há uma causa única para o seu surgimento… quando ele é descoberto nos estágios iniciais, tem taxa de cura em aproximadamente 90% dos casos”.
Segundo informações publicadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), do Ministério da Saúde, os principais sinais são a presença de um caroço nos seios, pele avermelhada ou semelhante a casca de laranja na região da mama, assim como a saída espontânea de líquido de um dos mamilos. O médico Oncologista, diretor Técnico do Hospital de Câncer de Campo Grande-MS Alfredo Abrão (HCAA), Gustavo Ianaze explica que a ocorrência de câncer de mama “é mais comum nas mulheres devido ao maior volume de glândula mamária que são expostas às oscilações hormonais femininas”. Segundo Ianaze, “a idade, já que a doença aumenta a incidência com avanço da idade, obesidade, sedentarismo, tabagismo e antecedentes familiares de câncer de mama” são outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
De acordo com informações disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), o autoexame "não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado". A médica ginecologista Bruna Silveira Coelho alerta que os exames são necessários para a ocorrência um diagnóstico precoce, para eficácia nos tratamentos realizados após o diagnóstico. “O autoexame não substitui a mamografia! No auto exame você vai conseguir sentir apenas os nódulos palpáveis; enquanto a mamografia consegue detectar pequenos nódulos ainda não palpáveis e fazer uma detecção precoce do câncer de mama”.
O câncer de mama ou neoplasia é caracterizado pelo crescimento irregular de células na mama, e desenvolve o tumor maligno. A mastologista Thaís Daltoé Inglez reforça que o tratamento depende dos aspectos do tumor existente em cada paciente. “O tratamento é individualizado para cada paciente… não são todas as pacientes que precisam de quimioterapia, radioterapia e, não são todas que precisam de cirurgia, cada caso vai ser definido de acordo com a doença para aquela paciente”.
As embaixadoras do Outubro Rosa de 2023 do Hospital do Câncer Alfredo Abrão (HCAA), Ilma Teodoro e Emily Coffacci foram diagnosticadas com câncer e realizaram os procedimentos de mastectomia total e esvaziamento axilar. Eliza Montes, que também integra o grupo de embaixadoras do Hospital, recebeu o diagnóstico de câncer metastático, o qual dispensa a necessidade da cirugia nas mamas. As mulheres embaixadoras compartilham vídeos em suas redes sociais durante as sessões de quimioterapia e radioterapia. Ilma Teodoro relata que "registrei tudo desde o começo do tratamento, desde a primeira quimioterapia até a última quimioterapia, o momento que eu raspei a cabeça… eu não sofri, e me achei bonita carequinha, hoje a medicina está muito avançada antigamente sofria-se muito com os efeitos colaterais, mas hoje em dia é diferente”.