SAÚDE

Casos de doenças respiratórias em crianças aumentam 300% em Campo Grande

Medicamentos para tratamento de doenças respiratórias estão em falta nas Unidades de Pronto Atendimento em Campo Grande

Karine Gonçalves, Feyth Jacques e Waldir Rosa16/05/2022 - 06h19
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Os casos de doenças respiratórias em crianças aumentaram mais de 300% em Campo Grande desde o mês de fevereiro. A capital integra as macrorregiões de Saúde que apresentam incidência de casos semanais em nível alto. O aumento dos casos de complicações respiratórias está relacionado ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mais comum em crianças de até cinco anos. 

As epidemias de vírus sincicial são comuns em Campo Grande no outono e até meados de julho. O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul está com falta de leitos e crianças com sintomas respiratórios, aguardam atendimento. Os medicamentos para tratamento de doenças respiratórias estão em falta nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Campo Grande. 

O secretário Municipal de Saúde, José Mauro de Castro Filho relata que crianças de zero a cinco anos são as mais afetadas, pois houve trezentos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no último mês em Campo Grande. "A influenza começou a afetar principalmente em relação aos óbitos nós estamos tendo em torno de trezentos casos por mês em Campo Grande de pacientes internados sendo que 36 óbitos". José Mauro de Castro explica que o número de crianças atendidas por doenças respiratórias aumentou. "O que chama atenção são os vírus não específicos ou as doenças não específicas, que podem ser uma pneumonia atípica, uma sinusite e também outros tipos de vírus que estão levando o aumento da super lotação de consultas pediátricas aonde nós tínhamos uma média de 500 consultas dia, hoje nós estamos tendo em torno de 900 consultas dia. Tivemos já 1.500 consultas por dia ou seja, um aumento de volume de consultas pediátricas e que leva uma demora no atendimento e também no alto consumo de medicamentos por parte dessas crianças". O secretário Municipal de Saúde relata que os medicamentos para o tratamento de doenças estão em falta. "E medicamentos que muitas vezes estão faltando a nível nacional. Nós estamos com dificuldades por exemplo, de aquisição por parte da indústria brasileira de antibióticos como por exemplo amoxicilina, o clavulanato, azitromicina, são medicamentos que são específicos para o combate de doenças respiratórias, principalmente as bacterianas".

A confeiteira Edylaine Galindo, mãe de uma criança de dois anos, explica que o filho de dois anos teve febre alta durante três noites. “Foram três noites de febre, indo e voltando, até que começaram a aparecer outros sintomas”. Edylaine Galindo relata que comprou todos os remédios. “O tratamento foi com medicação oral, amoxilina, dipirona, soro fisiológico, antialérgico e todos os remédios tive que comprar, inclusive amoxilina  da dosagem prescrita não encontrava nas farmácias, porém achei a última caixa”. A mãe diz que aguardou cinco horas para ser atendida na UPA Leblon. “Esperei para ser atendida em média de cinco horas. Porém de todas que já fui, essa ainda é a que melhor atende os pacientes, os pediatras bem atenciosos, e foi a primeira vez que passei por essa demora”. Edylaine Galindo explica que desconfiou do diagnostico após o filho apresentar os olhos lacrimejados, coriza, catarro no pulmão, tosse seca, garganta e ouvidos inflamados.

Marleide Nunes, prestadora de serviços gerais, disse que o neto de três anos apresentou cansaço e secreção. "Ele apresentou bastante secreção, tosse, dor de cabeça e muito cansaço." A avó explica que o diagnóstico veio após quatro dias de sintomas. "Achamos que era só alergia porque ele é bem alergico, quando muda o tempo né, mas os sintomas continuaram mesmo com os remédios". Marleide Nunes explica que a família pagou todos os medicamentos. 

Primeira Notícia · Marleide Nunes

A operadora de caixa, Lily Duran destaca que a filha de dois anos foi diagnosticada após três dias de sintomas. “Ela chegou a ter tosse seca e nariz escorrendo e o motivo foi identificado quando procurei o médico, depois de três dias”. Lily Duran explica que teve que arcar com todos os custos de medicamentos. “O tratamento iniciou com antibióticos e antialérgicos. Eu comprei os antibióticos porque na rede não tem, fui no UPA Vila Almeida, foi demorado, mais de quatro horas esperando e estava lotado”.

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