ANIMAIS PEÇONHENTOS

Clima chuvoso e altas temperaturas aumentam incidência de escorpiões em Mato Grosso do Sul

Escorpiões se adaptam ao ambiente urbano e proliferam com terrenos sujos, ampliação de redes de esgoto e a ausência de predadores naturais para o controle biológico

Felipe Dias, Idaicy Solano e Rafael Pereira 19/04/2023 - 14h02
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A alta incidência de chuvas e o período de calor intenso aumentou o alerta de acidentes com animais peçonhentos, principalmente escorpiões. O clima úmido e quente, adaptação ao ambiente e a falta de predadores naturais são alguns fatores que contribuem para a reprodução da espécie. Os acidentes ocorrem com maior frequência próximo a áreas residenciais.

Os escorpiões, cobras e abelhas são os três principais animais causadores de acidentes em Mato Grosso do Sul. Na área urbana, os escorpiões representam quase a totalidade dos acidentes. Redes de esgoto, locais de descarte irregular de lixo, acúmulo de materiais de construção e entulho servem de abrigo e esconderijo aos animais e contribuem para o número de acidentes.

Segundo o coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Karyston Adriel Machado da Costa aponta que, no Mato Grosso do Sul, foram registrados 3.205 casos de acidentes com animais peçonhentos. Do total de casos no Estado, 1.101 foram registrados em Campo Grande. Redes de esgoto, locais de descarte irregular de lixo, acúmulo de materiais de construção e entulho servem de abrigo e esconderijo aos animais e contribuem para o número de acidentes.

Karyston Adriel explica como ocorre o contato entre as pessoas e o escorpião em ambiente urbano 

A estudante do curso de Pedagogia, da Faculdade Instead, Ágata Bodestein, 20 anos, relata que o pai, gerente de fazenda, Gevanildo Francisco da Silva, 41 anos, foi picado enquanto dormia na residência da família, no Bairro Amambaí. “Estava todo mundo dormindo na sala, no chão, o animal estava tipo, no colchão, junto com a gente”. A estudante relata que, após o acidente, a família procurou atendimento médico no Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems).

Ágata Bodestein relata que o pai foi picado duas vezes seguidas, no mesmo local. A vítima chegou ao hospital com sintomas de calor e ansiedade. O tratamento foi feito com anti-inflamatório e dipirona, e Silva ficou afastado por uma semana das atividades laborais. 

O coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Karyston Adriel Machado da Costa orienta a população a manter o quintal higienizado e livre de entulho, a caixa de gordura da residência limpa e tampada e ralos de banheiros, pias e lavanderia fechados. "São locais propícios para esses animais se alojarem e fazerem residência na sua casa". O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) oferece atendimento técnico caso seja identificada a incidência desses animais em áreas residenciais.

Sintomas e tratamentos

Segundo o médico Heitor Malveira, dor no local da picada, vermelhidão, inchaço causado pelo acúmulo de líquido, pelos eriçados e sudorese são os sintomas imediatos da picada de escorpião. No longo prazo, os sintomas incluem diarréias e vômitos. Acidentes mais graves podem ocasionar desmaios por causa da dor. O método comum de tratamento é por meio do soro antiveneno. 

Malveira orienta a população a buscar atendimento médico imeditamente em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou em hospitais, em caso de acidente com animais peçonhentos. A identificação do animal por meio de foto auxilia no tratamento. O médico alerta que a vítima evite se automedicar.

O médico Heitor Malveira detalha o atendimento realizado às vítimas de escorpiões

Serviço

Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox)
Atendimento de segunda-feira à sexta-feira  - 0800 722 6001

Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)
Atendimento de segunda-feira à sexta-feira das 7h00 às 21h00 - (67) 3314-5000

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
Atendimento de segunda-feira à sexta-feira, 24h - 193

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