A alta incidência de chuvas e o período de calor intenso aumentou o alerta de acidentes com animais peçonhentos, principalmente escorpiões. O clima úmido e quente, adaptação ao ambiente e a falta de predadores naturais são alguns fatores que contribuem para a reprodução da espécie. Os acidentes ocorrem com maior frequência próximo a áreas residenciais.
Os escorpiões, cobras e abelhas são os três principais animais causadores de acidentes em Mato Grosso do Sul. Na área urbana, os escorpiões representam quase a totalidade dos acidentes. Redes de esgoto, locais de descarte irregular de lixo, acúmulo de materiais de construção e entulho servem de abrigo e esconderijo aos animais e contribuem para o número de acidentes.
Segundo o coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Karyston Adriel Machado da Costa aponta que, no Mato Grosso do Sul, foram registrados 3.205 casos de acidentes com animais peçonhentos. Do total de casos no Estado, 1.101 foram registrados em Campo Grande. Redes de esgoto, locais de descarte irregular de lixo, acúmulo de materiais de construção e entulho servem de abrigo e esconderijo aos animais e contribuem para o número de acidentes.
A estudante do curso de Pedagogia, da Faculdade Instead, Ágata Bodestein, 20 anos, relata que o pai, gerente de fazenda, Gevanildo Francisco da Silva, 41 anos, foi picado enquanto dormia na residência da família, no Bairro Amambaí. “Estava todo mundo dormindo na sala, no chão, o animal estava tipo, no colchão, junto com a gente”. A estudante relata que, após o acidente, a família procurou atendimento médico no Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems).
Ágata Bodestein relata que o pai foi picado duas vezes seguidas, no mesmo local. A vítima chegou ao hospital com sintomas de calor e ansiedade. O tratamento foi feito com anti-inflamatório e dipirona, e Silva ficou afastado por uma semana das atividades laborais.
O coordenador de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), Karyston Adriel Machado da Costa orienta a população a manter o quintal higienizado e livre de entulho, a caixa de gordura da residência limpa e tampada e ralos de banheiros, pias e lavanderia fechados. "São locais propícios para esses animais se alojarem e fazerem residência na sua casa". O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) oferece atendimento técnico caso seja identificada a incidência desses animais em áreas residenciais.