Doações de sangue são insuficientes para abastecer estoque do Estado

Segundo nota da jornalista Cristiane Ventura da Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde, 1,6% da população brasileira é doadora de sangue, a cada mil habitantes 16 são doadores. O número está dentro da recomendação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica que entre 1% e 3% da população de cada país seja doadora. Mayra Franceschi afirma que no estado existem 280 mil doadores cadastrados, o que representa 2,2% da população, porcentagem de doadores maior do que a média nacional. "Mesmo com a quantidade de doadores, é preciso que haja doações de sangue recorrentes. Não é porque estamos dentro do ideal que os estoques estão supridos".

O médico responsável pela triagem no Hemosul, Emerson Gaúna esclarece que existem alguns mitos relacionados a doação de sangue. “Mulheres menstruadas podem doar sangue sim, se possuírem um fluxo menstrual normal e regular. Doar sangue não vicia como algumas pessoas erroneamente acreditam e, seguindo as orientações do Ministério da Saúde, a pessoa pode doar quantas vezes quiser”.

Para o doador

A gestora de eventos Cleisy Pesqueira relata que dependeu da solidariedade de pessoas desconhecidas para tratar um problema de saúde na família. “A minha mãe foi internada de emergência e logo em seguida foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda, e já no dia seguinte precisava de transfusão de sangue e plaquetas devido ao seu quadro grave”. Ela explica que a maior dificuldade é a espera pelo doador. “É muito difícil enquanto receptor ficar aguardando um sangue que talvez nunca chegue pela falta de doações, é uma sensação angustiante. Tenho certeza que se as pessoas soubessem o bem que fazem ao próximo com um gesto de solidariedade, jamais faltariam doadores”.

A professora Andreia Santos é doadora de sangue há mais de 14 anos, e relata que o ato da doação é um gesto de solidariedade. “Eu vejo como uma questão humanitária, um ato de amor ao próximo, exercício da nossa cidadania. O sentimento de salvar uma vida com a doação de sangue é sentir-se útil na vida de alguém, poder contribuir com a vida do próximo é algo divino”.

A pedagoga Ana Cristina de Souza é doadora há mais de dez anos e ressalta que o ato solidário é o que a motiva a doar sangue. Segundo ela, os 20 minutos de espera para a transfusão de sangue podem salvar uma vida. “Fazer o bem sem olhar a quem. O meu sangue pode emanar vigor e vitalidade para quem precisa no momento de dificuldade. Isso não tem preço”.

Critérios para doação de sangue

Segundo as recomendações divulgadas pelo Hemosul, para doar sangue é necessário a apresentação de documento de identificação e a pessoa deve estar descansada, bem alimentada e sem nenhuma doença viral, como gripe. Os doadores devem ter entre 16 e 69 anos, 60 anos é o limite para realizar a primeira doação. Menores de 18 anos podem doar com o acompanhamento e autorização do responsável legal. O peso mínimo para qualquer doador é de 55 quilos.

Algumas pessoas são impossibilitadas de realizar doação, por exemplo indivíduos que tiveram qualquer tipo de hepatite após os 11 anos. Pessoas que possuem doença de chagas, que compartilham seringas, tiveram câncer ou sífilis e infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), são impedidos de realizar a doação. Mulheres e homens com múltiplos parceiros sexuais também são proibidos.

Indivíduos que fizeram transfusão de sangue, tatuagem, maquiagem definitiva ou colocaram piercing devem esperar um ano para realizar doação de sangue. Homens podem fazer até quatro doações por ano e mulheres três. Para as mulheres, o intervalo de espera entre uma doação e outra é de três meses e para os homens são dois meses.

Serviço

O Hemosul está localizado na Avenida Fernando Côrrea da Costa, número 1.304, no centro da Capital.
Horário de funcionamento: de segunda-feira à sexta-feira, das 7h00 às 17h00, aos sábados das 7h00 às 12h00 e o serviço de distribuição de sangue funciona 24h.