O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e a empresa 20/20 Serviços Médicos S/S são alvos de ações judiciais por erros médicos ocorridos durante a Caravana da Saúde. Os pacientes alegam que perderam a visão parcial ou total de ambos os olhos após a cirurgia de catarata realizada na caravana. Alguns dos pacientes relataram sentir dificuldade na realização de tarefas simples do dia a dia ou retomar o trabalho.
A Caravana da Saúde começou a ser divulgada em 2015 pelo governador Reinaldo Azambuja como um programa do Governo do Estado que possuía como objetivo zerar as filas de espera pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Caravana teve início em maio de 2016 com várias especialidades em 11 microrregiões do Estado. Segundo informações divulgadas pelo Governo do Estado a cirurgia de catarata é responsável por quase 90% dos atendimentos na Caravana da Saúde.
José Alves da Silva mora em Miranda e realizou o procedimento na Caravana em 2016, no município de Corumbá. Segundo Bianca Gonçalves da Silva, neta de José da Silva, o atendimento aconteceu de forma rápida e simples. "Nós chegamos na Caravana em um dia, passamos pelo médico, não foi necessário fazer exame e no outro dia aconteceu a operação." De acordo com Bianca da Silva, o avô se recuperou bem da cirurgia e em menos de um ano relatou que estava perdendo a visão.
Segundo Juliane Alves da Silva, filha de José Alves, a perda de visão tem relação com o procedimento realizado pela Caravana. "Eu corri atrás, arrumei lá no Hospital São Julião, e descobri que por causa dessa cirurgia mal feita ele perdeu a visão em um olho. Os médicos do hospital falaram que a equipe da Caravana tinha que ter acompanhado mais de perto a cirurgia dele, porque era uma cirurgia delicada." A família descobriu que José Alves da Silva tinha glaucoma e pressão alta ocular.