BANCO DE LEITE

Reservas de leite materno diminuem nos hospitais de Campo Grande

Hospitais localizados na capital do estado registraram queda nos estoques de leite materno disponível para atender recém nascidos prematuros ou em condições de vulnerabilidade; Campo Grande tem quatro hospitais que possuem bancos de leite materno

Felipe Machado, Fernanda Sá, Geovanna Bortolli e Maria Gabriela Arcanjo14/10/2024 - 08h14
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O estoque de leite humano disponível no Hospital Universitário de Campo Grande no dia 19 de setembro era suficiente para atender os bebês internados por mais cinco dias. A média registrada no Hospital era de oito a 14 bebês prematuros que faziam uso do leite materno para recuperação e desenvolvimento. A partir do período de inverno o número de doações diminui na capital.

Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) se tornou, em 2022, o primeiro do estado a oferecer atendimentos com enfermeiras para auxiliar no período da amamentação. O Humap realiza campanhas para incentivar a doação de leite, com o apoio dos profissionais da Saúde do hospital. A coleta é realizada no Hospital e na casa da doadora sem hora marcada.

O Banco de Leite Materno do Hospital Universitário de Campo Grande foi criado para atender à crescente demanda por leite materno para recém-nascidos em condições de vulnerabilidade, como prematuros e bebês com problemas de saúde. O banco de leite do Hospital Universitário, o Hospital Regional, a Santa Casa e a Maternidade Cândido Mariano são os quatro locais responsáveis pela garantia dos estoques de leite materno na capital. Dourados é única outra cidade do estado que possui um banco de leite humano.

A enfermeira responsável pela assistência do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário, Edilene Villalba afirma que o banco de leite do Hospital Universitário é “o centro de referência para o estado todo”. Edilene Villalba relata que as informações sobre os estoques de todos os bancos de leite humano de Mato Grosso do Sul também estão sob o monitoramento do Hospital Universitário. “A gente trabalha com um estoque bem apertado, alguns hospitais mais, outros menos. Mas, no geral, os estoques estão baixos”.

Segundo a nutricionista do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário, Camila Rodrigues Pacheco o banco de leite é a principal fonte alimentar de um bebê prematuro. “Muitas vezes ele não consegue tolerar um outro tipo de alimento, que seria no caso as fórmulas infantis”. Camila Pacheco explica que o baixo estoque de leite no banco do Hospital Universitário e o aumento das filas de recém-nascidos internados no hospital representam um fator de risco para garantir a recuperação dos bebês prematuros. "Qualquer bebê que nascer e precisar de leite a gente vai atender e aí o estoque diminui mais e o prazo também”. Camila Pacheco também destaca que é um "desafio" conseguir novas doadoras e que isso acaba por diminuir os estoques disponíveis. "O necessário seria que a gente tivesse uma rotatividade maior. Então conforme fossem saindo as mães, entrassem mais mães, mas isso não acontece".

PRIMEIRA NOTÍCIA · Nutricionista do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário - Camila Rodrigues Pacheco

Segundo a supervisora do Banco de Leite da Santa Casa, Isabela Santana Tozzi, ocorre uma “queda significativa nos estoques do banco de leite maternos” na Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande (ABCG). Isabela Tozzi reforça que o leite materno é indispensável na vida de um recém-nascido, especialmente para os bebês impossibilitados de receber o leite diretamente da mãe. Segundo Isabela Tozzi, o leite humano é rico em anticorpos, nutrientes e imunoglobulina, componentes que ajudam a proteger o bebê de infecções, reduzir as taxas de mortalidade e contribuir para o desenvolvimento saudável.

A médica pediatra Jullyana Mendonça destaca que o leite materno é importante para o desenvolvimento do bebê em todos os momentos da amamentação, e essencial durante as primeira hora de vida. “Ajuda o bebê a regular a glicemia, temperatura e frequência cardíaca”. Jullyana Mendonça explica que o processo de alimentação na primeira hora de vida é feito por uma sonda nos recém-nascidos impossibilitados de se alimentar diretamente pelo leite materno.

A mãe e lactante Jhessika Oliveira é doadora de leite materno, e teve dificuldades para realizar doações no Hospital Universitário. “Tentei bastante, mas eles dificultaram várias situações pela busca do leite, para me levar, me dar as informações”. Jhessika Schettini afirma que começou as doações porque a quantidade de leite que produzia era grande, e que buscou informações com outras pessoas que haviam passado pelo processo de doação.

Campanha pela doação de leite materno da Santa Casa de Campo Grande

Campo Grande:
Hospital Universitário - (67) 3345-3000
Hospital Regional - (67) 3378-2500
Santa Casa - (67) 3322-4000
Maternidade Cândido Mariano - (67) 3041-4700

Dourados:
Hospital Universitário - (67) 3410-3000

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