SAÚDE

Estoque de sangue do Hemosul em Campo Grande está abaixo do necessário para atender demanda

As reservas das tipagens sanguíneas O- e O+ estão entre as mais críticas e operam com apenas 12% a 15% de sua capacidade total nos homecentros de Campo Grande

Ayanne Gladstone, Débora Oliveira, Mariely Barros e Patrick Rosel 16/05/2022 - 09h56
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A Rede Hemosul está com baixo estoque de sangue para as tipagens sanguíneas O-, O+, A- e A+, por causa da alta demanda de pacientes internados em Mato Grosso do Sul. O estoque para o sangue O- está com apenas 12% de sua capacidade nos hemocentros de Mato Grosso do Sul. A tipagem O+ está entre as mais comuns e possui somente 15%  do estoque estratégico necessário para atender a demanda de pacientes do estado.

O Hemosul possui o Medidor de Sinais Vitais Multiparamétrico para a coleta de sangue, que substitui o “furo no dedinho” durante a avaliação física. O medidor avalia a hemoglobina, pressão arterial, batimentos cardíacos e oxigenação em tempo real para a equipe médica do Hemosul, que avalia a condição atual do paciente por meio de informações na tela e de alarmes visuais e sonoros. Os casos em que a transfusão de sangue é necessária são de pacientes com câncer, pessoas que realizam tratamento de Doenças Renais Crônicas (DRC) ou que sofreram acidentes de trânsito, além de crianças prematuras. Os bebês recém-nascidos necessitam da transfusão de sangue para o tratamento de anemia

Créditos: Ayanne Gladstone

A gerente técnica da Hemorrede do estado de Mato Grosso do Sul, Bibiana Nakao explica que o estoque de sangue no Estado está abaixo do ideal porque as demandas de pessoas internadas permanecem em alta. Ela afirma que existem pacientes em fase de tratamento que precisam receber a doação de sangue e que a quantidade de voluntários diminuiu. “O nosso estoque hoje está abaixo do ideal porque a demanda de pacientes internados continua a mesma. Existem outras doenças que precisam de transfusões e a procura dos doadores diminuiu bastante”.

De acordo com Bibiana Nakao, o sangue coletado passa por uma série de averiguações que atestam se o material está em boas condições para ser doado. A qualidade do sangue é analisada por meio dos exames de tipagem, sorologia e fracionamento. "Quando você doa o sangue, o seu sangue passa por algumas etapas. A gente tem um laboratório de imuno-hematologia, onde é feito a tipagem, um de sorologia, onde é realizado os exames sorológicos para ver se o doador está apto ou não, e temos a questão do fracionamento, no caso de sangues lipêmicos, pessoas que exageraram um pouco na alimentação ou que tenham algumas doenças de base”.

A acadêmica do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Mariana Victória de Brito começou a doar sangue em 2018 como uma forma de ajudar pessoas que precisam receber a transfusão de sangue. Ela possui carteira de doador e sempre que possível participa de campanhas de doação realizadas pela Rede Hemosul. “Eu comecei a doar sangue lá por 2018, porque minha mãe teve leucemia e ela não pode doar. Quando ela teve leucemia, ela tinha 14 anos e teve que receber muitas doações de sangue. Ela não pode doar e eu imaginei que, se eu pudesse fazer isso para outras pessoas que estão precisando, seria muito bom.”

Primeira Notícia · Acadêmica de Jornalismo, Mariana Victoria fala sobre a importância da doação de sangue

O analista de Computação Científica, Gabriel da Costa Nogueira doou sangue pela primeira vez em 2022. Ele explica que tem medo de agulhas e nunca havia pensado em se tornar um voluntário. Ele afirma que seu desconforto diminuiu após a chegada da pandemia de Covid-19, onde completou seu esquema vacinal. “Eu fui perdendo esse desconforto à medida que a pandemia foi avançando e as doses foram sendo disponibilizadas pra gente. Nesse processo de tomar agulhadas, eu pensei “por que não começar a doar sangue?”, e foi uma experiência muito boa, porque ajudar o próximo realmente não custa nada. É uma ato de compaixão e cidadania muito legal”. 

Serviço 

Para doar sangue o voluntário deve apresentar um documento com foto no local de doação, ter entre 16 e 69 anos e pesar no mínimo 55 kg. Os voluntários que foram vacinados contra a Covid-19 e a Influenza devem aguardar alguns dias para realizar a doação. No caso da vacina Coronavac, é necessário aguardar até sete dias e, para as vacinas da Janssen, Pfizer, Astrazeneca e Influenza, o intervalo equivale a 15 dias. Homens podem doar até quatro vezes ao ano, com um intervalo de dois meses, e mulheres até três vezes ao ano com um intervalo de três meses.

O Hemosul Coordenador está localizado na Avenida Fernando Correa da Costa, 1304, no Centro de Campo Grande e funciona de segunda à sexta, das 7h00 às 17h00, e aos sábados, das 7h00 às 12h00. 

O Hemosul Santa Casa está localizado na Rua Rui Barbosa, 3633, no Centro de Campo Grande, e seu horário de funcionamento é das 7h00 às 12h00, de segunda à sexta-feira. 

O Hemosul do Hospital Regional (HRMS) está localizado na Rua Engenheiro Lutherio Lopes, 36, no bairro Aero Rancho e abre de segunda à sexta-feira, das 7h00 às 12h00. 

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