POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA

Feiras de ciências estimulam produção científica

Feiras como a Fetec MS, grupos de pesquisa e bolsas de iniciação científica júnior formam os jovens para o desenvolvimento científico

André Moura e Luana Campos 4/11/2014 - 16h51
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Ações de popularização da ciência em Mato Grosso do Sul incentivam jovens estudantes dos ensinos fundamental e médio a produzirem pesquisas inovadoras. A quarta edição da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciência (Fetec MS), realizada no Ginásio Moreninho, em Campo Grande, entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro divulgou pesquisas em diversas áreas do conhecimento.

Para a diretora científica da Fundação de Apoio do Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do MS (Fundect), Marilda Garcia Bruno, feiras de ciência como a Fetec MS, grupos de pesquisa e bolsas de iniciação científica júnior formam os jovens para o desenvolvimento do pensamento científico e os estimulam a identificar os problemas de suas comunidades e buscar soluções por meio de pesquisas.

A Fundect incentiva a pesquisa entre os jovens por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (PIBICJr-MS) que concede bolsas de estudo a estudantes matriculados no Ensino Fundamental, Médio e Profissional de escolas públicas. Acordo entre Fundect e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) prevê abertura de novo edital para incentivar este modalidade de pesquisa para o próximo ano.

O coordenador da Fetec MS, Prof. Dr. Ivo Leite Filho, explica que a proposta do evento é incentivar o talento de pessoas ligadas à iniciação científica na educação básica. “A gente precisa formar pessoas que gostem e que trabalhem com essa atividade desde as séries iniciais”. Leite Filho afirma que é importante incentivar a ciência nos alunos das escolas para melhorar a produção científica no ensino superior.

Durante o evento, os alunos do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S) Vitória Ferreira, 15 anos, e João Paulo Leite Franco, 17 anos, realizaram uma pesquisa exobiológica que busca responder se os humanos estão sozinhos no universo. Eles apresentaram o trabalho “Qual a possibilidade da existência de vida inteligente fora do planeta Terra?”. Vitória Ferreira afirma que a delimitação do tema foi a principal dificuldade que tiveram. “Inicialmente a gente não tinha um foco, não estava afunilado. Nosso professor foi nos orientando e nos deu o objetivo de encontrar as características necessárias que um astro precisa ter para ser habitável”. A pesquisa concluiu que “a possibilidade da existência de vida inteligente em exoplanetas são raríssimas. Porém, pode ser que a microbiana possa ocorrer”.

As alunas do curso técnico em informática do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) Jéssica de Freitas, 18 anos, e Tatiele Viana, 17 anos, participaram da Fetec com o trabalho "Urban Mobility, aplicativo móvel para auxiliar o uso de transporte coletivo da cidade de Campo Grande”. Jéssica de Freitas disse que a ideia de trabalhar com esse tema surgiu da dificuldade em utilizar o transporte coletivo. “Quando me mudei para Campo Grande, no começo deste ano, não sabia qual ônibus devia tomar para ir à escola e ao shopping”. Ela explica como o aplicativo funciona.

A aluna do 8º ano da Escola Estadual Hilda de Souza, Geovanna Miralles, 14 anos, constatou, em uma conversa com seus colegas sobre estilos musicais, que quem prefere músicas pop rock cantadas em inglês tem facilidade em aprender esse idioma. Geovana Miralles resolveu pesquisar para saber se a constatação se verifica. Ela descobriu, por meio de um questionário realizado com 90 estudantes, que entre os que preferem pop rock, 46% procuram a tradução das músicas e 54% ficam atentos à pronuncia. O questionário também solicitava que os alunos escrevessem 10 palavras em inglês. Geovana Miralles averiguou que a média de acertos foi maior para os alunos que preferem pop rock cantados em inglês. “Concluí que a música ajuda no vocabulário e na aprendizagem. Os professores poderiam utilizar mais como recurso didático”.

Os alunos do 2º ano técnico da Escola Municipal Agrícola Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo, Luan Moura, Francisco Antônio e Lethícia Monteiro, construíram o protótipo de um captador de energia eólica. Luan Moura explica que a ideia de trabalhar nesse tema nasceu do inconveniente de ficar sem energia elétrica em suas casas por causa da chuva, na região das Três Barras, zona rural de Campo Grande. Segundo Luan Moura, o “projeto visa armazenar energia em um gerador para atender as pequenas propriedades rurais vizinhas”. Com o captador de energia eólica, eles conseguiram acender uma lâmpada de led e carregar a bateria de um celular. O próximo desafio dos alunos é iluminar um quarto escuro.

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