Campo Grande apresentou 38.766 casos de dengue de janeiro a outubro de 2019, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Do número total de casos registrados, 8.769 foram confirmados. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital tem dificuldade em diagnosticar todas as pessoas notificadas, por causa da demanda elevada de ocorrências.
O mês de março foi o período de maior ocorrência da doença, que é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Segundo informações disponibilizadas pela Sesau, 9.721 pessoas com dengue foram notificadas em março, 9.600 em abril e 6.932 em maio. Até metade do mês de outubro, 71 pessoas foram notificadas com a doença. Segundo esses dados, houve uma melhora gradual no decorrer dos meses posteriores a maio.
O acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Rhafael Baes relata que contraiu dengue duas vezes no período de dois anos em Campo Grande. "Eu tive dengue pela primeira vez em 2017 e peguei novamente esse ano. Por mais que eu e meus pais evitamos água parada em nosso quintal, nós dependemos que nossos vizinhos façam a parte deles também".
Baes relata que agentes de saúde começaram a fiscalizar com maior frequência a região em que mora, após ter uma epidemia de casos da doença este ano. "Vários funcionários da Sesau fizeram vistorias nas casas aqui do bairro para evitar água parada e retirada de lixo. Com pulverizador jogaram veneno dentro das casas e no quintal".
A superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo explica que o fumacê é importante para o combate da dengue, e evitar água parada é a melhor forma para diminuir a disseminação da doença. "A principal forma de evitar a doença é conscientizar a população para evitar a água parada, que é o local onde os mosquitos fêmeas depositam seus ovos. O fumacê é uma medida paleativa, quando a região já está apresentando focos da enfermidade".
Veruska Lahdo explica que os projetos administrados pela Sesau são importantes para a populção no combate da dengue. "Nós temos bons projetos, como o cidade limpa, que é a retirada de objetos que podem aculmular água em terrenos abandonados em áreas que tiveram muitos casos confirmados. Além disso, por meio da nossa coordenadoria de controle de vetores, levamos informações para escolas, igrejas e centros comunitários para mostrar as pessoas os riscos da doença e como previní-la".