O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Mato Grosso do Sul (Hemosul) divulgou situação de alerta e estado de emergência devido à escassez do estoque sanguíneo na capital. O mês de março registrou diminuição de 10% nas doações de sangue em comparação ao mês de janeiro deste ano. O alerta emitido pela instituição notifica o aumento da demanda dos hospitais do Estado e a dificuldade em manter o estoque estratégico sanguíneo do Centro.
De acordo com a gestora de comunicação do Hemosul, Mayra Franceshi um dos motivos do baixo nível de doação é a reforma do banco de sangue da Santa Casa de Campo Grande. “O banco de sangue da Santa Casa está fechado temporariamente, e nós notamos que as pessoas que doavam sangue lá ainda não compareceram para doar aqui”. A assistente social do Hemosul, Joana Monteiro explica que a procura pela doação de sangue diminuiu no mês de março. “Caiu muito o número de doação no mês de março e nós não sabemos o porquê. A demanda aumentou nos hospitais. Atualmente precisamos de 120 a 130 doadores por dia. Tem dia que não conseguimos essa meta”.
Joana Monteiro reforça que todos os tipos sanguíneos estão em baixa e que a maior carência é das tipagens “O” positivo e negativo e “A” positivo. O estoque estratégico estima que no período de cinco dias é necessário manter um total de 508 bolsas de sangue diariamente.
A enfermeira chefe do Setor de Fluxo de Sangue do Hemosul, Juliana Aita explica que o estoque estratégico é estipulado de acordo com a demanda semestral do Centro. “O estoque estratégico é estabelecido a partir de uma média dos últimos seis meses do que foi utilizado de sangue. Ele garante que se ficarmos cinco dias sem coletar sangue, teremos o estoque para suprir a demanda durante esse período”. A enfermeira enfatiza que o Hemosul está com dificuldades para manter esse estoque. “O Hemosul precisa manter uma média diária de 150 doadores, em que aproximadamente 20% serão inaptos. Por isso a urgência de acionar a população para que ela venha doar. Por exemplo, hoje eu teria que manter o estoque mínimo de 245 bolsas de sangue O+, e só tem 112”.
Nivaldo Marinho é doador há 10 anos. “Faz dez anos já. O que me motiva é fazer o bem ser ver a quem. Meu tio e minha mãe são doadores também. É bom para nós, faz bem a nossa saúde também. Há pessoas com necessidade e precisamos pensar nelas”. Felipe Silva doa sangue com frequência. “Não precisa ter medo, não dói nada”.