SAÚDE

Estado registra aumento de 15% no diagnóstico de câncer de mama em comparação a 2020

Estado contabiliza 200 novos diagnósticos de doença responsável por 12% de óbitos entre mulheres de 29 à 59 anos em relação a 2020

João Vitor Barbosa, Mayara Gabrielle, Patrícia Martins e Simone Gallassi 8/11/2021 - 17h00
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Mato Grosso do Sul registrou 850 novos casos de câncer de mama e 200 óbitos confirmados no período de janeiro a outubro de 2021. Estado contabiliza cerca de 2.500 mulheres na fila de espera para a realização de exames, como ultrassonografia, ressonância magnética e biópsia. Profissionais de saúde e instituições de combate ao câncer alertam mulheres para redobrar os cuidados e realizar o autoexame.

Estado registrou três mil diagnósticos de câncer no ano de 2020. Cerca de 612 casos eram  mulheres na faixa etária de 29 à 59 anos. A doença foi responsável por 12% de todas as causas de óbitos em Mato Grosso do Sul.

Conforme relatório do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a taxa bruta de incidência por 100 mil habitantes em 2021 registra aumento de 15,81% em relação aos 15,24% de 2020. O relatório do INCA constata que durante a pandemia houve queda no número de diagnósticos em todo o país, o que resulta no alto número de incidências neste ano. A estimativa reforça que mulheres devem realizar exames de forma periódica.

Neste ano, 66.280 novos casos foram registrados no país, o que representa uma taxa de incidência de 43,79% casos por 100 mil mulheres. Segundo a enfermeira obstetra, Hilda de Freitas houve o aumento dos diagnósticos em estágio avançado da doença com a queda da procura para realizar os exames. ''Tivemos muitos casos de mulheres que descobriram de maneira tardia o câncer de mama. Priorizaram os cuidados com a família e negligenciaram a própria saúde durante o isolamento social''. Hilda de Freitas recomenda a realização mensal da mamografia a partir dos 40 anos de idade.

De acordo com o médico e vereador, Victor Rocha (PP) Mato Grosso do Sul possui cerca de 2.500 mulheres, com tempo de espera de nove meses na fila por um ultrassom de mama. ''Temos entre 250 a 300 mulheres aguardando uma consulta com mastologista e em todo o estado são 140 mil esperando por consultas, exames e cirurgias''. Para Hilda de Freitas, a mulher deve procurar o serviço de saúde sem medo do diagnóstico e quanto mais cedo detectar o câncer, maiores as chances de cura após o tratamento.

A costureira Giorgiane Lemos realizou o primeiro exame preventivo de mamografia em 2010 e descobriu um nódulo no seio. "Eu fazia acompanhamento de seis em seis meses. Em 2011 o resultado dos exames apontou um nódulo benigno. Em 2018 fiz o exame novamente e foi constatado que o nódulo havia criado raízes gerando um câncer maligno". A costureira passou por sessões de quimioterapia e radioterapia durante um ano, realizou a quadrantectomia, que consiste na retirada do câncer de mama com margem de segurança, com remoção de um quarto da mama, e em seguida a reconstituição mamária.

Segundo Giorgiane Lemos, toda mulher deve fazer o autoexame e a mamografia com frequência. ‘’É mil vezes melhor a gente detectar algo no início como foi meu caso do que enrolar para pegar o resultado. Façam o autoexame, mamografia, acompanhamento com ginecologista ou mastologista pelo menos uma vez ao ano’’. Giorgiane Lemos criou o ''Clube da Gi'' para custear as despesas de seu tratamento. A estratégia funciona por meio de um grupo em que os membros colaboram com um valor mensal a partir de R$20 reais durante 10 meses e ao final, recebem o valor investido e mais 7% em produtos de artesanato. ‘’Deus me deu a direção de abrir o clube. Recebi muito apoio e carinho. Aprendi demais com o câncer e descobri quem realmente estava ao meu lado’’.

Serviço

O ambulatório da Maternidade Cândido Mariano realiza 40 atendimentos para mulheres com mais de 50 anos, e fica localizado na Rua Marechal Rondon, nº 2644, centro de Campo Grande. Telefone para contato e agendamento: (67) 3041-4700.

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