A cobertura vacinal contra o vírus Papiloma Humano (HPV) em Mato Grosso do Sul está abaixo da meta do Ministério da Saúde de 80% do público-alvo vacinado. A baixa imunização coloca em risco a saúde de homens e mulheres. O vírus leva ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, que são evitados com a vacina.
A vacina é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos entre nove e 14 anos. O esquema vacinal é composto de duas doses aplicadas com um intervalo de seis meses entre elas. Mulheres e homens entre 15 e 45 anos portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), transplantados e pacientes oncológicos recebem a terceira dose.
Conforme dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), a cobertura vacinal em meninas com a primeira dose da vacina HPV no estado foi de 76% em 2022. A segunda dose foi aplicada em apenas 55% do público. O índice de vacinação para a população masculina é ainda menor. O número de meninos vacinados com a primeira dose foi de 54% e com a segunda dose de 34%.
A costureira Sidinéia Pereira diz que é necessário maior divulgação pelo poder público sobre a vacina, sobre o HPV e das doenças relacionadas ao vírus. A costureira tem duas filhas e relata que apenas uma de suas delas é vacinada com apenas uma dose do imunizante, pois recebeu pouca informação acerca da doença. “Na época recebi um recado da escola no caderno da minha filha, explicando sobre a vacinação. Pediram a minha autorização para aplicarem a primeira dose na escola mesmo e a segunda dose me informaram que eu deveria buscar no posto de saúde, mas o tempo passou e não fui atrás”.
A estudante do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhanguera-Uniderp, Lawany Pereira de Souza, 18 anos, filha de Sidinéia Pereira, relata que ue foi informada sobre o imunizante e as doenças relacionadas ao HPV durante a vacinação na escola. A estudante observa que falta maior inclusão dos pais nas campanhas de vacinação nas instituições de ensino. “Antes de eu ser vacinada nos deram uma palestra para entendermos mais sobre a vacina, mas eu tinha entre 11 e 12 anos e não entendia totalmente a importância da vacinação. Acho que se tivesse tido uma maior participação dos pais, convidando-os para participarem da palestra e um retorno à escola para aplicar a segunda dose, eu teria sido totalmente imunizada”.