Mato Grosso do Sul registrou 2.234 acidentes por picada de escorpiões em 2023. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) notifica 12 casos diariamente. Campo Grande contabilizou 30% do número total de acidentes notificados, com 673 ocorrências.
A temporada de reprodução dos escorpiões segue até setembro, o que favorece o aumento de casos. As altas temperaturas também facilitam o aparecimento dos animais. O escorpião é a principal causa de acidentes com animais peçonhentos no Mato Grosso do Sul.
O médico e responsável clínico do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da SES, Alexandre Moretti de Lima prevê maior índice no número de acidentes registrados no mês de setembro devido à época de reprodução dos aracnídeos. “Temos que ficar atentos também para a questão ambiental, o escorpionismo está muito ligado à higiene ambiental. Locais que ofereçam alimentos para o escorpião, como insetos, facilita o aparecimento do escorpião e consequentemente, vai acontecer o acidente”.
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é a espécie que mais provoca acidentes graves e é capaz de se reproduzir por meio da partenogênese, sem a necessidade do acasalamento entre macho e fêmea. “O escorpionismo é uma praga urbana, porque é impossível eliminar todos os escorpiões, por causa do próprio tipo de reprodução. Onde tem um escorpião, vai ter muitos escorpiões”.
Segundo o doutor em Bioquímica, Malson Neilson de Lucena o clima seco típico durante o inverno e a ocorrência de queimadas urbanas favorecem o aparecimento de escorpiões em áreas residenciais. “Os escorpiões adoram terrenos baldios e locais que tenham muito lixo. Quando as pessoas colocam fogo nesses terrenos, elas acabam expulsando os animais do habitat deles, então eles acabam vindo para mais próximo da gente e para dentro das residências”. Lucena ressalta que os escorpiões preferem lugares escuros, úmidos e quentes, como frestas em portas e paredes, assim como roupas e calçados expostos.