O estado de Mato Grosso do Sul registrou mais de 300 casos de infecção pelo vírus influenza desde janeiro de 2023. Crianças na faixa etária de 1 a 9 anos de idade são os principais casos hospitalizados no estado. Desde o início do ano 33 pessoas morreram em decorrência da doença.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe terminou no último dia 31 de maio. A baixa procura pela vacina em todo o país fez com que o Ministério da Saúde orientasse os estados e municípios a ampliarem o calendário de vacinação até acabarem os estoques do imunizante. Campo Grande é a cidade com o maior número de notificações da doença.
De acordo com os boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram registrados mais de 3.600 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave nos primeiros cinco meses de 2023. Segundo o painel de vacinação nacional, o estado de Mato Grosso do Sul vacinou 44% do público da campanha, faltam cerca de 357 mil pessoas para completar o esquema vacinal contra a influenza no Mato Grosso do Sul. Segundo o Informe Técnico Operacional de Vacinação contra a influenza, públicado pelo Ministério da Saúde, a meta é vacinar 90% de cada um dos grupos prioritários, que inclui idosos, gestantes, puérperas, indígenas e trabalhadores das entidades de Saúde.
Segundo a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-MS) da SES, Karine Ferreira são feitas orientações diárias a todos os municípios do estado sobre as síndromes respiratórias. Ela explica que essas ações fazem parte de uma série de medidas que a Secretaria de Saúde realiza para diminuir os casos. “Orientamos todos os municípios do estado via email e telefone com o objetivo de otimizar as notificações de síndromes respiratórias. Realizamos web aulas para discutirmos as atualizações dos dados e normativas do Ministério da Saúde para a redução desses casos”.
De acordo com o assessor de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Michel Faustino cerca de 114.803 pessoas receberam o imunizante em Campo Grande até o momento. O número representa 33% da meta de vacinação proposta pelo Ministério da Saúde. Faustino afirma que a vacinação está baixa em todo o país. “Diversos fatores podem contribuir para isso, como desinformação e propagação de fake news, bem como a falta de interesse em buscar o imunizante. Apesar disso, a vacina segue disponível em todas as unidades básicas e de saúde da família”.
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo crianças na faixa etária de 1 a 2 anos estão mais expostas ao vírus, que circula neste período. Ela afirma que a Secretaria monitora todos as notificações de vírus respiratórios. “O resfriado é comum, o problema mesmo é quando atinge as crianças menores, nessa faixa de idade entre 1 e 2 anos, pois o sistema imunológico não está preparado o suficiente”.
A camareira Antonia Marli Almeida foi infectada pelo vírus da influenza no mês de maio e afirma que precisou ficar de repouso absoluto durante alguns dias. Ela explica que mesmo após ter tido a doença, não irá se imunizar. “Eu precisei ficar de repouso, tive muitas dores no corpo e na garganta também. Eu não vou me vacinar porque tomo remédios controlados e já tomei essa dose no ano passado”.