Média móvel de mortes por Covid-19 atingiu a maior queda, desde o começo da pandemia. Nos últimos dois meses foram registrados em média, dois óbitos por dia. O estado também apresentou inexistência no número de mortos em nove dias do mês de outubro, um índice 70% menor do que comparado ao mês de setembro. A diminuição da letalidade pelo Coronavírus é resultado do avanço da vacinação no estado, mais de 60% da população recebeu as duas doses do imunizante.
Mato Grosso do Sul totalizou 377 mil casos e mais de nove mil mortos por Covid-19. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) contabilizou 12.638 casos confirmados e 1.592 óbito, em outubro de 2020. No último mês foram registrados 3.546 casos e 48 óbitos. Essa queda deve-se ao avanço da vacinação, que alcançou 67,67% de imunização completa dos sul-mato-grossenses, 72,49% da população de Campo Grande com a primeira dose e 66,52% com a segunda.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo afirma que a vacinação precisa continuar a ser implementada e a população ainda deve seguir medidas de biossegurança. “A vacinação traz um benefício, uma das melhores ferramentas de prevenção que a gente tem, mas precisa ficar aliada com as medidas de biossegurança, por enquanto precisamos manter o distanciamento e a higienização constante das mãos”. Veruska Lahdo explica que os números de casos são monitorados pela Secretaria Municipal da Saúde (SESAU). “Esse é um cenário favorável que traz um pouco de conforto para o nosso município, mas nós continuamos fazendo o monitoramento para saber se está ou não aumentando o número de casos para ver quais medidas vão ser tomadas”
A enfermeira Letícia Gabriela Bogado trabalhou como voluntária no polo de atendimento Covid-19 no Parque Ayrton Senna e defende que é necessário continuar com todos os cuidados para evitar o contágio. "A população deve continuar com todos os cuidados contra o coronavírus, apesar de estarmos em uma fase mais controlada o vírus, ainda tá aí, ainda tem pessoas internadas, ainda tem pessoas que morrem diariamente no Brasil". Letícia Bogado acredita que existe uma parcela da população que atrasa o avanço da vacinação. "Ainda tem muita gente que é contra a vacina, que é antivacina, que não se vacinou que e não tem interesse em se vacinar, que não tomou a primeira dose, tem os que tomaram a primeira dose e que não voltaram para tomar a segunda dose o que faz ser uma rede de imunização interrompida, então mesmo com o avanço ainda não esta hora, eu acho que ainda vai demorar um pouquinho para a gente se sentir realmente seguro".
A estudante do curso de Medicina Veterinária da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Fernanda Rizzo perdeu o seu avô para a Covid-19 em 2021, ela comenta que sente aliviada ao ver que o número de casos diminui cada vez mais no estado. “Acho que mesmo me sentindo aliviada por ver que tudo está melhorando, por que não tem sido fácil para ninguém, eu ainda fico pensando que se meu avô tivesse pego o corona agora talvez ele estivesse aqui ainda. Meu avô deixou de sair, deixou de fazer tudo para se guardar e por conta de um problema no coração ele acabou pegando [a doença] no hospital. Talvez agora a situação fosse diferente”.
O estudante do curso de Medicina da Universidade Anhanguera-Uniderp, Victor Lima Souza explica que mesmo antes de perder um familiar, respeitava todos os cuidados de prevenção ao coronavírus. “Eu praticamente não saia de casa, via um ou outro amigo no máximo, usava máscara e álcool em gel o tempo todo e ninguém aqui em casa fazia nada, tinha algumas pessoas da família que fazia muito tempo que a gente não via”.