MENINGITE

Mortes por meningite aumentam 50% em Campo Grande

Campo Grande registrou 43 casos e nove mortes por meningite em 2023, o maior número de óbitos pela infecção em cinco anos, com a maior letalidade registrada pela meningite pneumocócica

Carol Leite, Geane Beserra e Maria Luiza Massulo 30/10/2023 - 09h13
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Campo Grande teve 43 casos de meningite entre os meses de janeiro a setembro de 2023. As ocorrências da doença foram registradas, principalmente, em fevereiro, com 34 notificações. A meningite causou a morte de nove pessoas neste ano na capital, 50% a mais do que em 2022. 

A meningite que mais ocasionou infecções foi a bacteriana, com 10 casos. Pessoas na faixa etária entre 20 a 59 anos foram as mais acometidas pela doença em 2023. A meningite pneumocócica foi responsável por 33% dos óbitos. 

Segundo a neurologista Kenia Curvelo Muassab a meningite é causada por bactéria, que costuma ser mais letal, depois vírus ou fungos. A neurologista relata que os grupos mais vulneráveis a essa doença são as crianças, idosos, imunossuprimidos por medicação ou condições clínicas como HIV e quimioterapia e profissionais da Saúde. “Quando existe inflamação por infecção no cérebro normalmente há sinais. A meningite causa febre, inchaço no cérebro, dor de cabeça, confusão mental ou alteração comportamental e rigidez de nuca. A depender da meningite, se não tratada leva a coma e morte”.

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Veruska Lahdo o Ministério da Saúde tem como meta a vacinação de 95% dos grupos de risco para meningite. A vacina BCG foi a única a atingir a meta de 90% de cobertura vacinal no ano passado em Campo Grande. "Uma das hipóteses para essa baixa adesão as vacinas é que a população acredita que com o sucesso da vacinação ao longo dos anos essas doenças não existem mais". 

A assistente social Leticia Alfredo contraiu meningite bacteriana meningocócica em 2011. O primeiro sintoma que Letícia Alfredo sentiu foi dor de cabeça, fez um tratamento durante 21 dias com antibiótico e quimioterapia após receber o diagnóstico. “O neurologista que me atendeu na época falou para os meus pais, que se eu não fosse vacinada ele não sabia se eu iria resistir ao tratamento.”

Primeira Notícia · Leticia Alfredo explica quais são as sequelas a meningite deixou

O assessor técnico do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul, Ronaldo de Jesus reforça que a vacinação de crianças e adolescentes contra a meningite é importante para a Saúde Pública para evitar o crescimento de surtos pela doença. Jesus explica que a vacina protege contra bactérias que causam a meningite meningocócica. “A vacina, de uma forma geral, apresenta ao sistema imunológico um pedaço da bactéria e a partir disso o sistema começa a produzir anticorpos e células de memória que vão reconhecer rapidamente a bactéria invasora se entrar em contato e conseguir neutralizar sem ter grandes prejuízos e provocar a doença em si”.

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