Mato Grosso do Sul registrou 502 mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em 2023. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) notificou 56 mortes no mês de agosto, um aumento de 12% em relação ao mês de julho. A SES contabilizou 5.826 casos de SRAG no estado em 2023.
Campo Grande representa 43,6% dos óbitos associados às síndromes respiratórias agudas graves no estado em 2023, com 219 mortes resgistradas. A Secretaria de Estado de Saúde registrou 2.403 ocorrências de SRAG neste ano na capital. O vírus sincicial respiratório, coronavírus e o rinovírus são as principais causas de SRAG no estado.
Segundo a gerente de Influenza e Doenças Respiratórias da SES, Lívia de Mello Almeida Maziero a notificação dos casos é essencial para mapear os locais com a maior incidência da doença no estado e identificar quais são os principais agentes causadores. “É importante para conhecer onde a condição clínica ocorre com maior frequência, identificar agentes etiológicos causadores dessas internações, intensificar medidas de prevenção e embasar tomada de decisão por gestores de saúde pública”. A gerente aponta que o aumento de casos notificados sobrecarrega o sistema de Saúde com a ocupação de leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
O médico pneumologista Ronaldo Perches Queiroz indica que o inverno, a baixa umidade do ar e a fumaça provocadas por queimadas urbanas e florestais agravam os quadros clínicos de pacientes portadores de doenças respiratórias. “A mucosa nasal tem como função aquecer o ar que respiramos, filtrar este ar de impurezas e umidificar o ar que vai entrar nos pulmões. Com essas condições climáticas, existe um ressecamento da mucosa nasal, o que gera pequenas fissuras, e nessa época de outono e inverno, os vírus e as bactérias penetram mais facilmente nessa mucosa ressecada das vias aéreas superiores”.
Dados do boletim epidemiológico divulgado pela Superintendência de Vigilância em Saúde da SES no dia seis de setembro indicam que crianças de um a nove anos são os principais afetados pelas doenças respiratórias graves, representam 30,6% dos casos. Recém-nascidos são o segundo em número de casos, em 26,6% das ocorrências. Os idosos com mais de 80 anos representam a terceira faixa etária com o maior número de casos registrados, em 8,3% das notificações, é o grupo com o maior número de óbitos registrados, com 27,7% das mortes.