O câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres em Mato Grosso do Sul. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) registrou 73.610 novos casos da doença por 100 mil habitantes no estado em 2023. A taxa de incidência de novos casos da doença para o gênero feminino é de 919 novos casos a cada 100 mil habitantes.
O estado de Mato Grosso do Sul possui 1.608 mulheres em tratamento de câncer de mama. O tumor das mamas afeta 99% das mulheres diagnosticadas com a doença. Mato Grosso do Sul ocupa a 17ª posição entre as capitais com as maiores taxas de novos casos. Dados do INCA, registram que a taxa ajustada de incidência de novos casos de câncer de mama no estado é de 53,65 para cada 100 mil mulheres.
A médica mastologista Raquel Rodrigues afirma que o câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres. Segundo Raquel Rodrigues, “o câncer de mama é uma doença de caráter multifatorial e heterogênea, essa doença é desencadeada pela perda do equilíbrio entre a atividade de oncogenes e genes supressores tumorais. No entanto, à medida que os estudos sobre as doenças cancerígenas evoluem, percebe-se cada vez mais que cada câncer é único no indivíduo, e o câncer de mama não é diferente”. Raquel Rodrigues explica que os índices de cura são altos se a doença é identificada no início do desenvolvimento. “O diagnóstico precoce do câncer de mama facilita o tratamento, melhora a sobrevida e permite terapias menos agressivas, com menos complicações. A mamografia é o principal método de rastreamento para mulheres acima dos 40 anos, complementada por ultrassonografia e ressonância mamária, quando necessário”. Raquel Rodrigues afirma que a predisposição genética aumenta o risco do desenvolvimento da doença. “Todas as mulheres têm um risco habitual de desenvolver câncer de mama, que pode aumentar com fatores individuais e adquiridos. Mulheres tabagistas, obesas ou em terapia hormonal prolongada são classificadas como de risco moderado. Já aquelas com histórico pessoal ou familiar de câncer de mama ou ovário podem realizar testes genéticos para identificar mutações, como BRCA1 e BRCA2. Se confirmada a presença desses genes, elas são consideradas de alto risco e podem optar por medidas preventivas, como a retirada das mamas ou ovários”.
Enir Maria, 49 anos, afirmou que descobriu o câncer de mama em 2018. "Impactou muito na minha vida, por trabalhar com pessoas doentes na época, eu era acostumada a ouvir esse tipo de notícia, mesmo assim, não recebi o diagnóstico de maneira tranquila". Enir Maria explica que recebeu o diagnóstico e necessidade da realização da mastectomia. "Eu já pensei na minha autoestima, passei por três médicos, viajei até outro profissional para saber se o laudo estava correto, eu não aceitava, chorava muito. Nesse processo minha autoestima não ficou muito abalada, porque pouco tempo depois, meu médico disse que eu já poderia reconstruir o seio".
O médico oncologista Amauri de Oliveira explica que o câncer de mama é um tema amplamente estudado na medicina, com avanços significativos nos tratamentos. “Cada paciente possui um tipo específico de câncer de mama, isso exige abordagens personalizadas. A terapia alvo é muito utilizada, com o uso de drogas específicas para cada subtipo de tumor, o que aumenta as chances de sucesso no tratamento”. De acordo com Amauri de Oliveira, a terapia-alvo proporciona a cura para pacientes que apresentavam metástase. “O câncer de mama tem estudos e resultados positivos no campo da oncologia. Além de terapias direcionadas, a imunoterapia é uma opção eficaz no tratamento de tumores mamários, o que amplia ainda mais as possibilidades de cura da doença”.