Profissionais da saúde começaram a usar jalecos fora dos hospitais devido à falta de estrutura das unidades da capital, que não oferecem armários para armazenamento de objetos pessoais aos funcionários. Esta prática afeta a segurança dos pacientes, que ficam expostos à contaminação, e desobedece o que determina a Lei nº 3.7669, assinada em 4 de novembro de 2009, pelo então governador André Puccinelli, que prevê a obrigatoriedade do uso do jaleco como forma de proteção.
O acadêmico de enfermagem, Gabriel Vascelli, explica que a correta utilização do item é discutida em disciplinas dos cursos das áreas da saúde. “Nós temos a disciplina obrigatória de biossegurança, onde aprendemos sobre o uso do jaleco e a lei que o regula. Nas minhas práticas em hospital, minhas professoras sempre frisaram o uso correto do jaleco e até perdemos nota nisso”.
A estudante de medicina Roberta Paola relata que a negligência muitas vezes ocorre porque o jaleco é mais do que um item de proteção. “Vira um item de identificação do grupo. Alguns professores obrigam que os alunos assistam aula de jaleco, ou que o orador de um grupo, utilize o jaleco ao apresentar uma aula. Muitos professores utilizam jaleco para dar aula”.
Em alguns casos, segundo o estudante de medicina, Guilherme Gama, o "status" do uso do jaleco faz com que muitos estudantes ignorem a legislação. “Assim como o doutor antes do nome no caso dos médicos. Quem olha já pensa ‘nossa, é médico’. Essa é uma ilusão do estudante”.