ESCORPIÕES

Acidentes com escorpiões aumentam 50% em Campo Grande

As ocorrências de picada de escorpião aumentaram em comparação ao primeiro trimestre de 2021, Campo Grande é o município que possui maior número de registros de acidentes com escorpiões no estado

Karine Gonçalves, Feyth Jacques e Waldir Rosa23/05/2022 - 10h39
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As ocorrências de picada de escorpião aumentaram 50% em Campo Grande em comparação ao primeiro trimestre de 2021. Entre janeiro e março de 2021, foram registradas 341 ocorrências e, neste ano, houve 561 casos. O aumento no número de ocorrências está relacionado ao clima seco e chuvoso na capital.

Campo Grande é o município que possui maior número de registros de acidentes com escorpião, seguida por Paranaíba com 338, Brasilândia com132, Corumbá com 119 e Três Lagoas com 102. Mato Grosso do Sul possui 288 casos a mais que o ano de 2021. No estado, foram registrados dois óbitos por picada de escorpião, duas delas crianças.

A médica veterinária responsável pelo Setor de Controle de Roedores, Animais Peçonhentos e Sinantrópicos (SCRAPS) do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ),  Ana Paula Nogueira menciona que o aumento das picadas está associado ao clima predominante em Campo Grande. "O aumento registrado é comum nesse período chuvoso e quente. Esta época do ano concentra o maior número de casos, pois é o período que eles mais estão em atividade, na reprodução e entre outras coisas". A médica veterinária destaca que o CCZ realiza campanhas de prevenção aos acidentes com escorpiões nas escolas. "A gente trabalha com essa prevenção através da educação e saúde. Então frequentemente uma equipe do CCZ vai até as escolas, leva exemplares, escorpiões para chamar atenção e também para fazer a parte educativa de como prevenir um acidente, como evitar o aparecimento desses animais dentro da nossa casa". 

Primeira Notícia · A médica veterinária do CCZ, relata as medidas preventivas a acidentes com escorpião

A bióloga Ana Caroline Gonçalves destaca que os escorpiões atacam humanos quando se sentem ameaçados. "Normalmente, os escorpiões não são animais agressivos. No entanto, podem atacar seres humanos quando se sentem ameaçados". A bióloga relata que os acidentes recorrentes estão associados ao aumento no número de animais peçonhentos na capital. "O aumento dos escorpiões está diretamente relacionado ao aumento da população, que acaba construindo casas nos habitats naturais desses animais". Ana Caroline Gonçalves diz que o escorpião possui veneno neurotóxico. "O escorpião da espécie Tityus serrulatus, popularmente conhecido como “escorpião-amarelo” é a espécie mais peçonhenta do Brasil. O veneno dos escorpiões é do tipo neurotóxico, desse modo, afeta o sistema nervoso".
 
O engenheiro eletricista Pedro Prestes relata que a avó de 70 anos foi picada pelo escorpião. “Quem foi picada foi minha tia avó que já tem mais de 70 anos, ela ligou para nós relatando que havia sido picada ao acordar e ir verificar como estava seu animal de estimação”. Pedro Prestes diz que a família da avó passou a ter mais cuidado com o quintal de casa após o acidente. "Ela não precisou de atendimento e não teve sequelas. Redobramos o cuidado no terreno e na casa em áreas escuras e escondidas para não passar novamente por essa situação.” O engenheiro destaca que ao lado da casa da avó, existe um terreno abandonado.
 
A estudante do curso de Jornalismo, Mariana Brito relata que foi picada por um escorpião enquanto estava no banho. "Eu fui picada por um escorpião amarelo quando eu estava tomando banho. Ele saiu pelo ralo e foi direto para o meu pé. Eu peguei o meu tênis, matei ele e depois o meu pé começou a formigar. Começou a ir e voltar a dor". Mariana Brito diz que logo em seguida, foi hospitalizada com o soro antiescorpiônico.

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