As doações de leite humano diminuíram em Mato Grosso do Sul durante a pandemia. A quantidade doada foi aproximadamente 20% menor de março a dezembro de 2020, se comparada ao mesmo período no ano de 2019. O número de receptores de leite doado caiu 5% no primeiro ano da pandemia em relação ao ano anterior.
Mato Grosso do Sul tem cinco bancos de leite humano. Do total, quatro estão em Campo Grande e um em Dourados. Dados da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano mostram que os bancos do estado coletaram juntos 5.378 litros de leite em 2020, 335 litros a menos que no ano anterior. O litro doado alimenta até 10 recém-nascidos por dia, segundo o manual de doação de leite humano da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com a nutricionista responsável pelo Banco de Leite Humano da Maternidade Cândido Mariano , Vanessa Torres a quantidade de leite materno estocada é insuficiente para atender todos os bebês internados. “Hoje temos 36 bebês internados na maternidade e conseguimos oferecer o leite doado a apenas 16 deles. A outra metade é alimentada com fórmulas específicas para cada idade”.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende a redução no volume de doações é uma consequência da insegurança ocasionada pela necessidade de distanciamento social. Os gestores das unidades de banco de leite buscaram estratégias para suprir a demanda. A estratégia adotada na Santa Casa de Campo Grande, maior hospital do estado, foi o atendimento domiciliar.
A nutricionista do Banco de Leite Humano da Santa Casa de Campo Grande, Gislene Nantes explica que o leite é coletado na casa das doadoras uma vez por semana. “Conseguimos manter o estoque por meio desta estratégia. Qualquer quantidade já é o suficiente. Hoje, um ml pode nutrir um bebê a cada refeição, dependendo do peso.”