A procura pelo exame de mamografia na rede pública municipal diminuiu 10% este ano, em relação aos oito primeiros meses do ano passado. Segundo dados da Gerência de Controle e Avaliação da Atenção à Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foram feitas ao todo 10.007 mamografias de janeiro a agosto de 2016, enquanto que no mesmo período deste ano, 9.612 mulheres realizaram o exame para detecção do câncer de mama. Fatores como medo, dor, desconforto e vergonha de ter a sua intimidade exposta são alguns dos motivos relatados pelas mulheres para não realizarem o exame de mama regularmente.
(Foto: Hélio Lima)
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda como principal estratégia para o controle de câncer de mama a realização de exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos e o exame clínico anual das mamas para mulheres de 40 a 49 anos. Mulheres com risco elevado de câncer de mama devem realizar anualmente o exame das mamas a partir dos 35 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar da Silva (Inca), o câncer de mama é o segundo mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo, e representa 28% dos novos casos a cada ano.
O médico mastologista Victor Rocha explica que a mamografia é o principal exame médico para o rastreamento do câncer de mama, e permite identificar tumores abaixo de um centímetro. O exame é realizado por um aparelho de Raio-X chamado mamógrafo, que comprime as mamas entre duas placas de metal. “No Brasil são estimados 58.000 casos novos de câncer de mama [por ano], com uma mortalidade de aproximadamente 12.000 óbitos. Então fazendo a mamografia, a gente faz esse diagnóstico precoce e evita essas mortes por câncer de mama”. De acordo com Rocha, a detecção do câncer de mama nas fases iniciais tem um potencial de cura de até 95%.