A fila para cirurgias eletivas no Mato Grosso do Sul aumentou nos últimos três anos. O Programa Nacional de Redução de Filas do Governo Federal registra fila com 11.133 pessoas para a realização dos procedimentos cirúrgicos no estado. A maior demanda para atendimentos é de oftalmologia com realização de cirurgias para retirada de cataratas.
As cirurgias eletivas foram suspensas desde o início da pandemia de Covid-19, quando os hospitais priorizaram a realização de cirurgias para os casos clínicos considerados urgentes, como os que envolvem órgãos, membros ou tecidos. Os procedimentos cirúrgicos foram retomados no final de 2022, com acúmulo no número de pessoas que aguardam ser atendidas. O tempo médio de espera na fila do Sistema Único de Saúde é de seis meses
O "Programa MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila" foi instituido para reduzir o alto número de pacientes na espera por cirurgias e exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Governo de Mato Grosso do Sul destinou R$ 45 milhões além de R$ 7,9 milhões disponibilizados pelo Programa Nacional de Redução de Filas do Governo Federal para redução de filas de cirurgias. Os procedimentos são realizados por meio do atendimento eventual e de mutirões, com vigência de maio de 2023 a abril de 2024.
Segundo o chefe da assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Rodson Lima os municípios interessados em aderir o Programa MS Saúde devem encaminhar uma proposta à SES com uma lista dos procedimentos cirúrgicos de maior número de pessoas na fila de espera. Lima explica que 32 cidades aderiram o projeto e vão realizar as cirurgias eletivas e 19 municípios adotaram a execução de exame. Mato Grosso do Sul possui uma demanda de 15 mil cirurgias de oftalmologia e ortopedia e 42,5 mil exames de diagnósticos.
O estudante do curso de Filosofia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Rafael Vicente da Rosa precisou realizar uma cirurgia de retirada das cataratas no início deste ano, devido a um acidente doméstico. Rosa fará outra intervenção cirúrgica e está há mais de um ano na fila para o transplante de córnea do olho esquerdo. “Eu preciso de um transplante de córnea e a fila para o transplante é de 13 meses. Eu entrei na fila em julho do ano passado, e estou até agora, em agosto de 2023”.
De acordo com o diretor Técnico da Santa Casa de Campo Grande, William Lemos o hospital realizou 2500 cirurgias eletivas de janeiro até agosto de 2023. Lemos destacou que o dinheiro destinado pelo programa "MS Saúde: Mais Saúde, Menos Fila" não foi aplicado na Santa Casa. “O MS saúde já está em vigor, aqui na Santa Casa a nossa programação é que ele comece agora em setembro. Os pacientes vão vir via ambulatório pelo sistema de regulação estadual, que é o Core, então tem ambulatórios específicos, dias específicos e médicos específicos”.