IDOSOS

Projeto da UFMS atende idosos com Parkinson e Alzheimer

Projeto surgiu para prestar assistência aos idosos em Campo Grande, que representam 10% da população

Diego Eubank, João Victor Reis, Raira Rembi14/11/2017 - 09h45
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Projeto desenvolvido pelo curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) atende pacientes com doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer. O projeto "Fisioterapêutico a Idosos com Doença de Parkinson e Alzheimer" tem como objetivo atender a população idosa de Campo Grande, que de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representa 10% dos habitantes. O programa é realizado em parceria com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).

Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, o Brasil tem 29,3 milhões de idosos que representam 14,3% da população brasileira. Ainda de acordo com a pesquisa, a expectativa de vida aumentou de 45, em 1940, para 75 anos, em 2015. A projeção do IBGE feita no último censo prevê que em 2030 o número de idosos será maior que o número de crianças,  que equivale a 18% e 17%, respectivamente. 

O doutor em Fisioterapia Gustavo Christofoletti relata que o projeto surgiu para atender a população idosa na capital. “A ausência de serviços em Campo Grande para pessoas com Parkinson e Alzheimer alertou sobre a necessidade de se criar um serviço desse tipo”. Segundo Christofoletti, o serviço atende de 15 a 20 pacientes semanalmente. “No projeto, realizamos atividades que estimulam a ação motora e cognitiva e observamos que a fisioterapia consegue frear temporariamente os efeitos das doenças. A piora da doença é postergada, a gente tenta manter a saúde e qualidade de vida da população".

Christofoletti afirma que Campo Grande ainda carece de atendimento fisioterapêutico para idosos. “Há projetos além do nosso mas a demanda é muito maior. Por isso, atualmente o projeto presta atendimento à idosos com ou sem essas doenças, que querem trabalhar o equilíbrio, a força, que querem promover uma estimulação cognitiva”.
 
De acordo com Christofoletti falta serviços de saúde públicos voltados aos idosos em Campo Grande. “A gente observa o envelhecimento da população e uma dificuldade crescente do serviço de saúde em promover uma assistência a essa população. Nesse sentido, nós da universidade entendemos que é dever nosso promover uma assistência e um amparo a essas pessoas. De um lado, temos o atendimento a idosos e de outro um processo de ensino onde o acadêmico aprende a lidar com o idoso”.

   Pacientes realizam exercícios motores e cognitivos. (Foto: Diego Eubank)

A acadêmica do curso de  Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Letícia Manvailer participa de outro projeto de extensão de cuidados à saúde do idoso da UFMS, o “Projeto integrado de geriatria e gerontologia”. O programa tem parceria entre os cursos de Medicina, Fisioterapia e Farmácia, para realizar os atendimentos de forma integral. “O que se procura no projeto é um atendimento integral que contemple todas as faces do ser humano no envelhecimento. O envelhecer precisa ser vivenciado da melhor maneira possível”. 

Letícia Manvailer explica que o cenário de atendimento aos idosos em Campo Grande é precário e o principal ponto negativo é a falta de preparo dos profissionais. “Nós vemos que muitos dos cuidadores estão despreparados para atuar, isso nos preocupa porque é uma fase tão importante da vida. A ausência de educação contínua e de uma profissionalização pode causar prejuízos para esse idoso”.

Letícia Manvailer ainda aponta como outro problema na capital, a falta de acesso às informações dos projetos de tratamento oferecidos. “Muitas vezes, as pessoas desconhecem esses atendimentos e acabam sem incentivo para participar desses programas. Existe o programa hiperdia que é um programa da UBS que visa tratar o idoso e o hipertenso juntos e o que percebe-se é a falta de acesso”. Ainda segundo Letícia Manvailer o atendimento para os idosos na UFMS traz benefícios para os acadêmicos. “Aqui é um campo muito rico para crescer e atuar. É possível ajudar a população com o que os alunos aprendem e absorvem na universidade”.

A aposentada e participante do projeto, Maria Célia de Oliveira Uehara relata que em busca de atendimento para sua mãe, começou também a praticar exercícios. “Ela tem 94 anos e tem problemas de saúde. Eu vi a situação de uma pessoa sedentária e procurei a fisioterapia para ajudar a minha mãe e a mim mesma. Eu estou próximo dos 70 anos e deixei de fazer muita coisa, mas quando eu me exercito, faço fisioterapia, eu fico bem”.

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