O projeto MS Tampinhas usa a castração para reduzir a superpopulação de cães e gatos de rua em Campo Grande, tem como meta prioritária castrar animais negligenciados que tenham donos e posteriormente cães e gatos de rua. O projeto arrecadou mais de 100 kg de plástico e ferro e o dinheiro obtido com a venda desses materiais foi utilizado para realizar a primeira cirurgia em uma gata no mês de julho deste ano. O trabalho, que iníciou em 2018, foi inspirado no Ecopet Tampas, que castra cerca de 200 animais por mês em Florianópolis-SC.
A fundadora, a empresária Juliana Salvador, afirma que em Mato Grosso do Sul, um quilo de tampinhas custa R$ 0,30 e o valor estimado para a castração de uma fêmea adulta é de R$ 215,00. A empresária destaca que o projeto MS Tampinhas alia reciclagem a redução de maus tratos, porque a castração ajuda a diminuir o número de animais abandonados. “Eu gosto de brincar, se você não gosta de animal, recolhe tampinha para limpar o meio ambiente. Porque se olhar qualquer bar, conveniência, sempre tem tampinhas no chão. Quando começar a chover elas vão para o esgoto, vão para os córregos, e isso é poluição. Nosso mundo está farto de poluição”.
Juliana Salvador ressalva que é necessário que tenha um local para a recuperação do pós-operatório para realizar o procedimento em animais sem tutores. Ela decidiu investir em uma solução a longo prazo para evitar o abandono. “Não existe espaço para todos os animais que nascem nas ruas, nem nas ONGs. A gente não vai conseguir em um período de 20 anos doar todos os animais a ponto de todas as ONGs não terem mais animais. Porque nascem animais demais".
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou uma pesquisa sobre economia solidária em 2017 e o resultado mostrou que 13% dos resíduos sólidos do Brasil vão para reciclagem. No início de 2019, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) publicou um estudo que classifica o Brasil como o 4º país mais gerador de lixo plástico do mundo. Segundo o relatório, mais de 100 milhões de toneladas de plástico irão poluir ecossistemas brasileiros até 2030.