A Rede Feminina de Combate ao Câncer, do Hospital Alfredo Abrão, deu inicio neste mês de setembro aos preparativos para a “Campanha Mundial Outubro Rosa”, que conscientiza a população feminina sobre o Câncer de Mama. Além de alertar a população sobre a importância da mamografia, a campanha auxilia com formas de prevenção e combate à doença.
A ideia do movimento surgiu na década de 90 nos Estados Unidos, quando mulheres portadoras da doença organizaram uma corrida pelas ruas de Nova Iorque para sensibilizar outras mulheres sobre a prevenção. Na época, ficou conhecida como a “Corrida pela Cura”, atualmente é chamado de “Outubro Rosa”. Em Campo Grande, a campanha acontece, segundo a presidente da Rede Feminina de Combate ao Cancer, Cleuza Vasconcellos, há alguns anos, e a caminhada realizada todo ano no dia primeiro de Outubro é uma tradição do movimento.
Rede expõe artigos do Outubro Rosa no Dia de Cooperar realizado na praça do Radio Clube (Foto: Thiago Campos)
Durante o mês de setembro, a Rede realiza trabalhos voltados à divulgação em diversos eventos na capital, e convida a todos para conhecerem o movimento do combate ao câncer. A partir do dia 25, começará as chamadas nas emissoras de TV. Serão montados estandes nos locais públicos de Campo Grande para a venda de camisetas e produtos, e toda a verba adquirida será revertida para a compra de próteses mamárias e perucas para serem doadas às mulheres com câncer. Cleuza Vasconcellos explica como está a preparação do Outubro Rosa.
Em Outubro, as ações para a prevenção contra o câncer serão intensificadas também pela Secretaria Municipal de Saúde Pública. Segundo a Gerente Técnica da Área Saúde da Mulher, Indianara Alexandre Leite, a campanha gera resultado positivo. “Há resultado, pois nessa época a população feminina procura mais as unidades de saúde. Na verdade, o ano inteiro nós fazemos essas atividades de prevenção, mas em Outubro, como a população vê mais sobre o tema, a procura é maior”.
Um marco no movimento é a cor rosa. No dia primeiro de outubro, luzes cor-de-rosa serão acessas nos pontos turísticos mais conhecidos da cidade. A intenção é chamar a atenção da população. Durante o mês, serão realizadas palestras e distribuídos materiais educativos. Indianara Leite garante que “as Unidades de Saúde irão colocar horários alternativos para as mulheres que trabalham poderem fazer o exame clínico de mama. Todos os exames serão gratuitos, basta levar o Cartão Nacional do SUS na Unidade Básica de Saúde mais próxima”.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, INCA, o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, e a taxa de mortalidade é elevada devido à doença ser diagnosticada em estado avançado. As estimativas do Instituto para este ano são de 57.120 novos casos da doença no país. Segundo Indianara Leite, em Campo Grande, o índice de diagnósticos feitos no ano passado é de 270 casos de câncer de mama positivos, com 53 mortes de mulheres.
Para o Ministério da Saúde o exame deve ser feito a partir dos 50 anos, a Sociedade Brasileira de Mastologia, SBM e o médico ginecologista Rogério Guimarães discordam e recomendam o exame a partir dos 40 anos. “Porque 25% das mulheres, uma em cada quatro, no Brasil têm câncer de Mama antes dos 50 anos, então se você começa a fazer o exame aos 50, você está deixando de fora 6,25% das mulheres e a doença não será descoberta a tempo. Lembrando que o auto-exame é muito importante”.
Para Indianara Leite, “a idade mais atingida pelo câncer nas mulheres é acima de 40 anos. A mulher está na faixa etária de risco e por isso solicitamos a mamografia, justamente para detectarmos antes de ela ter o câncer para monitorarmos. Se ela de repente estiver desenvolvendo um Câncer, nós já sabemos o estágio inicial e a cura é de 95% de chances, se tratado no início”.
De acordo com o Guimarães, o auto-exame é simples e necessário e é imprescindível para a prevenção.