SAÚDE

Corumbá registra surto de raiva animal

A cidade registra primeiro caso de raiva animal em humano e assusta pessoas em Campo Grande

Estevan Oelke e Iago Porfírio 4/05/2015 - 15h54
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A Secretaria de Saúde de Corumbá registrou que um homem foi infectado pelo vírus da raiva animal, o município vive um surto de raiva animal. Ladário, município vizinho a Corumbá, registrou cinco casos da doença. A capital do Estado, há 47 anos, não registra caso de transmissão da raiva animal em humanos, o último foi em 1968.

A Secretaria Municipal de Saúde Pública em Campo Grande (Sesau) disponibilizou três veterinários e 10 profissionais do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para trabalho em campo e dar suporte ao combate à raiva no município de Corumbá. O reforço é para conter o avanço da doença.

A diretora de Vigilância em Saúde da Sesau, Márcia Dalfabbro, informou que “os profissionais já começaram a se deslocar para o município, onde permanecerão durante toda a semana, intensificando a vacinação para os cerca de 24 mil animais daquela região, entre cães e gatos, e ainda capturando os que já estão doentes”.

O Centro de Controle e Zoonoses (CCZ) recolhe qualquer animal solto na rua para imunização de cães e gatos. Márcia Dalfabbro reforça que a  preocupação "é a migração desses animais doentes para outros municípios e Campo Grande é referência em estratégia de trabalho contra a raiva. Desde 1968 não registramos nenhum caso da doença em humanos".

A raiva

A raiva é uma doença transmitida do animal ao homem. É causada por vírus e é mortal tanto para o animal como para os seres humanos. É transmitida pela saliva de um animal doente por mordida, arranhão ou lambedura. O cão e o gato são transmissores, outros animais como o morcego, o macaco e a raposa, podem passar a raiva. A professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEZ) da UFMS, Dra. Juliana Arena Galhardo explica que “esse vírus pode ser veiculado por diversos hospedeiros diferentes, tem o vírus adaptado ao cão, que é uma variante do cão; a variante do morcego hematófago, que é aquele que geralmente circula na área rural, transmitindo para bovino, equino. Existem também as variantes, ou o vírus adaptado, para morcegos frutíferos e insetífugos, por exemplo, os que estão circulando no centro de Campo Grande”.

Segundo Juliana Galhardo, a enfermidade é incurável e “ao final do quadro, é sempre igual para qualquer espécie. Se nada for feito e o indivíduo não tiver imunidade alguma, o final do quadro sempre vai ser paralisia, coma e morte”.

Sintomas

Os sintomas da raiva animal no homem não são imediatos e podem ser comparados à dengue. A professora Galhardo ressalva que “tudo começa com indisposição, dor de cabeça, mal estar, poderia ser até dengue. Esse quadro de mal estar vai evoluindo para alteração de comportamento, alteração grave. A pessoa tende a ficar agressiva, a não querer ver outras pessoas”.

Juliana Galhardo orienta, ainda, para o caso de alguém que acaba de ser mordido. “A primeira atitude a pessoa precisa lavar o ferimento com água e sabão, lavar na hora, e se dirigir a um posto de saúde, que faça a vacinação. As pessoas têm que tomar a vacina o mais rápido possível, pra que elas possam produzir anticorpos pra combater o vírus. Se isso for feito imediatamente, a pessoa não vai sofrer de raiva”.

Morador do Jardim das Nações, Valdecir Vargas é proprietário de um cachorro e disse que ficou receoso quando soube do surto de raiva animal em Corumbá. “Fiquei surpreso porque há muito tempo não acontecia isso. Agora a gente tem que correr atrás e vacinar o cachorro, pra ver se ameniza e não chega na casa da gente”.

Serviço

Para orientações e retirada de morcegos que entram nas residências, o morador deve entrar em contato com o CCZ pelo telefone 3313-5000. O Centro está localizado na Av. Senador Filinto Müller, 1601 – Jd. Ipiranga e está aberto para a vacinação antirrábica em animais todos os dias, das 7h00 às 21h00.

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