A Prefeitura Municipal de Campo Grande oferece tratamentos gratuitos de acupuntura e homeopatia à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As terapias alternativas fazem parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PINPIC) do SUS. Serviços similares serão oferecidos na capital, com a inclusão de outras terapias alternativas previstas no PINPIC, como a arteterapia, reiki e musicoterapia, incluídas no início de janeiro pelo Ministério da Saúde.
O secretário Municipal de Saúde, Marcelo Vilela explica que o Ministério repassa aos municípios recursos federais para oferta dessas terapias, que são depositados no Piso de Atenção Básica (PAB) de cada cidade. "Nós estamos ainda estudando de que forma esses recursos para a Atenção Básica do município irão contribuir para que a gente expanda os serviços de terapias alternativas ofertados à população".
Em Campo Grande, a acupuntura e homeopatia podem ser realizadas no Centro de Especialidades Médicas (CEM). Vilela explica que para receber esses tratamentos é necessário que o paciente passe por exames ambulatoriais e seja encaminhado ao CEM por um clínico geral de uma das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) da capital.
Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, indicam que apenas 3,2% da população sul-mato-grossense pratica terapias alternativas. A porcentagem é inferior a média do país, equivalente a 3,8%, e também menor do que a média do Centro-Oeste, de 3,7%.
Benefícios das terapias alternativas
O acupunturista e terapeuta alternativo, André Aguirra (37) afirma que valoriza a iniciativa do Ministério da Saúde. "Essa implementação das terapias alternativas nos procedimentos oferecidos pelo SUS pode ajudar muito os pacientes, pois traz a solução dos problemas com pouquíssimos ou nenhum efeito colateral".
André Aguirra explica que as terapias alternativas podem ser feitas em alternância ao tratamento médico convencional, e isto depende da enfermidade do paciente. "O grande trunfo dessas terapias é o tratamento holístico, ou seja, avaliar e tratar as pessoas como um todo nos níveis físico, espiritual, energético e mental".
Aguirra ressalta que por muitas vezes o terapeuta pode dar um diagnóstico mais preciso do problema do paciente que o médico convencional, porque seu acompanhamento é realizado com mais frequência. "Essa aproximação com a pessoa tratada facilita muito a identificação do problema e seu tratamento direto na fonte, e não somente nos sintomas".
Terapeutas e a demanda por métodos alternativos
O terapeuta André Aguirra diz que houve um crescimento na busca pelos seus trabalhos com acupuntura. "Muitos têm procurado o tratamento por recomendação dos próprios médicos". Para ele, o crescimento das buscas por terapias alternativas está relacionado a vontade dos pacientes de minimizarem os efeitos colaterais de outros procedimentos médicos convencionais.
Ele explica que é comum os profissionais abandonarem a profissão por causa da diferença entre preços e concorrência desleal, porque não existe regulamentação no Brasil para as práticas da acupuntura e outras terapias alternativas. "Agora com a inclusão dos serviços pelo SUS nós teremos uma oportunidade de trabalhar com segurança salarial pelo sistema público".