A incidência da mortalidade infantil reduziu em 2% no Mato Grosso do Sul, em 2017, de acordo com o Boletim Epidemiológico do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil de Mato Grosso do Sul da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (Ses-MS). É considerado óbito infantil aquele que ocorre em crianças nascidas vivas até um ano de idade incompleto, 364 dias. As principais causas das mortalidades estão relacionadas a afecções perinatais, malformações congênitas e asfixia por alimento e conteúdo gástrico.
A neonatologista e participante do Comitê de Mortalidade Materno Fetal e Neonatal do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS), Carmen Figueiredo explica que os desafios associados à redução da mortalidade infantil são a assistência pré-natal e a conscientização sobre a importância de sua realização. “Temos o problema da conscientização da própria grávida, do acesso ao cuidado, ter unidade de saúde e equipe disponível para isso como rede no Estado todo funcionando bem; é toda uma cadeia que ainda tem que ser revista, mas começa com a mulher grávida’’. A ausência do pré-natal, malformação congênita e as infecções são fatores que o comitê constatou no grupo que foi a óbito.
A médica geneticista do Humap-UFMS, que participa do comitê de Mortalidade Materna Infantil, Liane de Rosso afirma que o comitê análisa os prontuários de atendimento médico, investiga a causa do óbito para saber se os casos eram preveníveis, além de fazer recomendações. "Ele não tem uma função punitiva, ele tem uma função investigativa, então dali saem recomendações para se avaliar protocolos e fazer reajustes de conduta nas unidades e a nível hospitalar". As malformações congênitas são responsáveis por 32% dos óbitos infantis, conforme o boletim da Secretária Municipal de Saúde Pública de Campo Grande (Sesau) de perfil da mortalidade materna, infantil e fetal.
As afecções perinatais, problemas cardiorrespiratórios e complicações de saúde antes, durante e após o parto, foram responsáveis por 49% das causas de mortes infantis em 2017, segundo o Boletim Epidemiológico Cevital 2017. O Projeto Respira objetiva oferecer acompanhamento gratuito de fisioterapia cardiorespiratória a recém-nascidos. O projeto de extensão foi desenvolvido por profissionais da area de fisioterapia da Clínica Escola Integrada (Cei) da UFMS.
A professora doutora do curso de Fisioterapia do Instituto Integrado de Saúde (Inisa) da UFMS, Leila Merey coordena o projeto e supervisiona os atendimentos realizados pelos acadêmicos. As consultas são ambulatoriais e abrange pacientes com acometimentos agudos e pacientes com problemas crônicos. “Todo o trabalho de promoção de saúde realizamos o Respira. Nosso projeto não tem somente função assistencial, oferecemos o atendimento que o paciente precisa e também pensamos na parte de educação e saúde, concomitante com a família da criança''.